Poetas por período literário

A seguir, listamos, para os principais períodos da poesia brasileira, os poetas com poemas selecionados.

O Barroco (séculos 17 e 18)

Período de consolidação da colonização portuguesa. A literatura barroca refletiu as tensões religiosas e políticas da época, especialmente a influência da Contrarreforma Católica e do absolutismo europeu. A expressão literária barroca é marcada pela exploração de dualidades  entre o espiritual e o material, o sagrado e o profano.

Poeta: Gregório de Matos (1636-1696).

O Arcadismo (séculos 18 e 19)

O Arcadismo, também chamado Neoclassicismo, corresponde ao movimento literário entre o Barroco e o Romantismo, espelhando os ideais do Iluminismo europeu. O período valoriza a mitologia clássica, o bucolismo e o carpe diem, enfatizando a vida simples e equilibrada, com linguagem clara e objetiva.

A cidade de Vila Rica (hoje Ouro Preto), epicentro da Arcádia Ultramarina - sociedade literária que aglutinou intelectuais iluministas -, foi o berço do Arcadismo nacional.

Poetas: Alvarenga Peixoto (1742-1792), Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), Silva Alvarenga (1749-1814), Thomaz Antõnio Gonzaga (1744-1810).

O Romantismo (séculos 19 e 20)

O Romantismo brasileiro acompanha o processo de independência e formação da identidade nacional. Surgiu com Suspiros Poéticos e Saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães, e encontrou seu centro no Rio de Janeiro. O movimento valorizou o sentimentalismo, a subjetividade e a exaltação da natureza e do passado histórico.

Temas recorrentes incluem o amor idealizado, o indianismo (valorização do indígena como símbolo nacional), o nacionalismo e a liberdade individual. A linguagem é expressiva e emotiva, marcando uma ruptura com o formalismo neoclássico.

Poetas: Adélia Fonseca (1827-1920), Álvares de Azevedo (1831-1852), Beatriz Francisca de Assis (1779-1868), Carmen Freire (1855-1891), Casimiro de Abreu (1839-1860), Castro Alves (1847-1871), Francisco de Paula Brito (1809-1861), Gonçalves Dias (1823-1864), Ildefonsa Laura César (1794-pós 1860?), Joaquim Norberto de Sousa Silva (1820-1891), José Albano (1882-1923), Machado de Assis, (1839-1908), Souza-Andrade (1833-1902), Zalina Rolim (1869-1961).

Realismo e Naturalismo (séculos 19 e 20)

O Realismo e o Naturalismo aparecem como reações ao Romantismo, focando na objetividade e no retrato crítico da sociedade. O Realismo enfatizou a análise psicológica e social, enquanto o Naturalismo aprofundou-se no determinismo e nas influências biológicas e sociais sobre o indivíduo.

Poetas: Júlia Lopes de Almeida (1862-1934), Ricardo Gonçalves (1883-1916).

Parnasianismo (séculos 19 e 20)

O Parnasianismo chegou ao Brasil no final do século XIX, enfatizando a perfeição formal, a objetividade e a impessoalidade, em oposição à emotividade romântica. O soneto tornou-se a forma preferencial, e os temas privilegiavam a mitologia clássica e a descrição rigorosa da realidade.

Poetas: Francisca Júlia (1871-1920), Júlia Cortines (1868-1948), Leonor Posada (1893-1960), Olavo Bilac (1865-1918), Raimundo Correa (1859-1911), Vicente de Carvalho (1866-1924).

Simbolismo (séculos 19 e 20)

O Simbolismo brasileiro foi uma reação ao racionalismo parnasiano, valorizando a subjetividade, o misticismo, a musicalidade e a sugestão poética. Utiliza-se uma linguagem expressiva, explorando temas como morte, espiritualidade e transcendência.

Poetas: Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), Augusto dos Anjos (1884-1914), Cruz e Souza (1861-1898), Eduardo Guimaraens (1892-1928), Gilka Machado (1893-1980), Nestor Victor (1868-1932).

Música popular (séculos 19 e 20)

A música popular apresenta pioneirismo em se nutrir de contribuições culturais de camadas populares da sociedade brasileira. 

Poetas: Alberto de Castro, Amílcar de Castro, Cândido Neves, Carlos Bettencourt, Carmem Miranda, Catulo da Paixão Cearense, Chiquinha GonzagaCícero de AlmeidaDongaGastão Viana, Germano Augusto, Laurindo de Almeida, João da Bahiana, João de Barro, João Gaspar, José Barbosa da Silva (Sinhô), José Luiz Rodrigues Calazans, Josué de Barros, Kid Pepe, Mario de Almeida, Octávio Viana, PixinguinhaViriato Côrrea.

Modernismo – Primeira Geração (1922–1930)

Iniciado pela Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, o Modernismo brasileiro rompeu com tradições anteriores, buscando uma identidade cultural autêntica e uma linguagem inovadora. Influenciado por vanguardas europeias, valorizou a linguagem coloquial e a liberdade formal.

Poetas: Guilherme de Almeida (1890-1969), Manuel Bandeira (1886-1968), Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954), Raul Bopp (1898-1984), Ronald de Carvalho (1893-1935), Sarah de Tobias (?).

Modernismo – Segunda Geração (1930–1945)

A Geração de 30 consolidou o projeto modernista, aprofundando o engajamento social e político. A poesia tornou-se mais madura, explorando temáticas existenciais e sociais, ainda com liberdade formal.

Poetas: Augusto Frederico Schmidt (1906-1965), Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Cecília Meireles (1901-1964), Henriqueta Lisboa (1901-1985), Jorge de Lima (1893-1953), Murilo Mendes (1901-1975).

Modernismo – Terceira Geração (1945–1960)

Caracterizada pela retomada da busca por rigor formal e equilíbrio entre forma e conteúdo, a Geração de 45 produziu uma poesia reflexiva e elaborada.

Poetas: Cora Coralina (1889-1985), Ferreira Gullar (1930-2016), Hilda Hilst (1930-2004), Jacinta Passos (1914-1973), João Cabral de Melo Neto (1920-1999), Manoel de Barros (1916-2014), Mario Quintana (1906-1994), Myriam Fraga (1937-2016), Olga Savary (1933-2020).

Modernismo de Fim de Século (década de 1970 em diante)

Na década de 1970, durante a ditadura militar, emergiu a Poesia Marginal. Mas o período se caracterizou pelo esvaziamento de movimentos literários, com autores trilhando caminhos individuais. Caracterizava-se pela produção independente, oposição ao academicismo e resistência à censura. Os poetas utilizavam linguagem coloquial, ironia e temas do cotidiano, buscando uma comunicação direta.

Poetas: Adão Ventura (1939-2004), Adélia PradoAna Cristina César (1952-1983), Antonio Cicero (1945-2024),  ChacalCláudia Roquette-PintoOrides Fontela (1940-1998), Paulo Leminski (1944-1989), Vera Lúcia de Oliveira.

Modernismo do Século XXI

O início do século XXI no Brasil é marcado por uma poesia plural e híbrida, que incorpora diversidade temática, de linguagens e de suportes midiáticos. O diálogo com a tradição literária permanece, mas a produção poética é marcada por experimentações individualistas, bem como uma grande expansão produtiva através da tecnologia.

Autoras e autores contemporâneos transitam entre o lirismo, a crítica social e a busca por novas linguagens, refletindo um Brasil complexo e multifacetado.

Poetas: Ademir Assunção, Adriane Garcia, Allan Jones, Alice Sant'Anna, Amanda Bruno, Ana Martins Marques, Ana Rushe, Bruna Beber, Bruna Piantino, cavalodadá, Celso Borges, crroma, Daniel Minchoni, Eveline Sin, Fabiano Calixto, Júlio Abreu, Líria Porto, Marcelo Dolabela, Marcelo Montenegro, Maria Rezende, Mariana Botelho, Micheliny Verunschk, Narlan Matos, Norma de Souza Lopes, Paulinho Assunção, Ricardo Aleixo, Ronald Polito, Sergio Melo, Thais Guimarães, Vera Casanova, Wir Caetano.

Poesia anônima e popular

Inclui poemas populares, sem autoria nem data de criação. Escapam, dessa forma, à classificação em períodos ou escolas literárias.