Jorge de Lima
Jorge de Lima
Jorge de Lima foi poeta, escritor, médico, professor e político. Sua obra atravessa a segunda geração do modernismo brasileiro dialogando com diversos estilos.
Biografia
Jorge Mateus de Lima nasceu em Imperatriz, atual União dos Palmares, no interior de Alagoas, em 1893. Iniciou os estudos básicos na sua cidade natal. Filho de um comerciante, era um menino retraído, fragilizado pela asma, interessado pela escrita e pela pintura. Em 1902, o pai montou um negócio na capital do estado, Maceió, transferindo Jorge para concluir os estudos no Instituto Alagoano. Após os exames preparatórios, Jorge se matriculou, em 1909, na Faculdade de Medicina da Bahia. Em 1914, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde se formou, atuando brevemente no Hospital Central do Exército. Publicou o primeiro livro de poesia, ainda no estilo parnasiano e simbolista. Retornou a Maceió no ano seguinte, estabelecendo clínica médica. Casou-se em Belém do Pará, em 1916, união da qual viriam dois filhos. Nos anos subsequentes, trabalhou de professor de história natural e de literatura. O crescimento da clientela de sua clínica - atendia os mais necessitados sem cobrar -, levou-a a entrar na política, ocupando o cargo de deputado estadual entre 1918 e 1921. Participou, nesse período, do enfrentamento da epidemia de gripe espanhola. Da metade para o fim da década de 1920, alinhou-se ao modernismo, publicando outros dois livros. Quando uma paciente sua faleceu, filha de um rico comerciante da cidade, este promoveu uma campanha de discrédito contra Jorge. Assumiu a vice-direção do Liceu Alagoano em 1930. Caminhava para a instituição numa tarde de agosto do ano seguinte, sofreu uma tentativa de assassinato. Desconfiado de que a esposa o traía com Jorge, o advogado Rodolfo Lins disparou contra o poeta, errando o alvo. Autuado em flagrante, o advogado foi preso, mas ganharia a liberdade pouco depois. Três dias antes que isso acontecesse, Jorge se mudou para o Rio de Janeiro. Montou um consultório na Cinelândia, que funcionava também como ateliê de pintura e onde se reunia com outros escritores e artistas. No Rio de Janeiro, voltaria a se envolver com a política, elegendo-se vereador, e com a docência, dando aulas de Literatura Brasileira na Universidade do Distrito Federal. Dedicando-se às artes plásticas, participaria de algumas exposiçoes. Jorge morreria de câncer em 1953, aos 60 anos de idade.Obras
Do livro 'XIV Alexandrinos', 1914
Do livro 'Poemas', 1927
Do livro 'Novos Poemas', 1929
Poema do nadador | Poema relativo | Nordeste
Do livro 'Tempo e eternidade', 1935
Do livro 'A túnica inconsútil', 1938
Do livro 'Poemas Negros', 1947
Do livro 'Obra Poética', 1949
Do livro 'Livro de Sonetos', 1949
Do livro 'Invenção de Orfeu', 1952
Poema I, Canto Primeiro | Poema VI, Canto Primeiro | Poema IX, Canto Primeiro | Poema X, Canto Primeiro | Poema XXI, Canto Primeiro | Poema XXV, Canto Primeiro | Poema XXVII, Canto Primeiro | Poema XXXIII, Canto Primeiro | Poema XXXV, Canto Primeiro | Poema II, Canto Segundo | Poema V, Canto Segundo | Poema XVII, Canto Segundo | Poema XX, Canto Segundo | Poema I, Canto Terceiro | Poema IV, Canto Terceiro | Poema V, Canto Terceiro | Poema X, Canto Terceiro | Poema XII, Canto Terceiro | Poema V, Canto Quinto | Poema IX, Canto Quinto | Poema VIII, Canto Sétimo | Poema III, Canto Décimo
Para consultar
Edições digitais de alguns de seus manuscritos estão disponíveis na Casa Rui Barbosa.
Para aprofundar o estudo sobre Jorge de Lima:
Antelo, R. (2020). Jorge de Lima: ressonâncias. Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, 38, 19-40.
Assunção, T. R. (2003). Fotomontagem e colagem poética em Jorge de Lima. O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 53-73.
Assunção, S. C. (2016). Poesia e crise em Jorge de Lima e Murilo Mendes. Revista de Letras, 18(22).
Bosi, A. (2016). Jorge de Lima poeta em movimento (Do" menino impossível" ao Livro de sonetos). Estudos avançados, 30, 183-207.
Camilo, V. (2013). Jorge de Lima no contexto da poesia negra americana. estudos avançados, 27, 299-318.
Camilo, V. (2023). Jorge de Lima, de Cusco ao mapa de “A Minha América”. Texto Poético, 19(39), 9–40.
Brandão, G. V. (2024). Jorge de Lima: itinerários da memória. Matraga-Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ, 31(61), 179-192.
Cavalcanti, L. M. D. (2012). O surrealismo no Brasil: A poesia ea pintura em pánico em Jorge de Lima. Revista dEsEnrdoS IV, 13, 1-22.
Cavalcanti, L. M. D. (2012). Itinerário da poesia de Jorge de Lima: de parnasiano a órfico. Travessias, vol. 6, núm. 1, pp. 417-439.
Cavalcanti, L. D. (2014). Poesia e transcendência em A Túnica Inconsútil, de Jorge de Lima. Revista Literatura em Debate, 8(15), 79-99.
Cavalcanti, L. D. (2024). O surrealismo à brasileira de Jorge de Lima. Organon, 39(77).
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