Machado de Assis
Machado de Assis
Mais conhecido por sua obra em prosa, Machado de Assis também deixou uma contribuição significativa à poesia brasileira. O bruxo do Cosme Velho foi também poeta.
Biografia
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, e faleceu na mesma cidade em 29 de setembro de 1908. De origem humilde - filho do pintor português Francisco José de Assis e da lavadeira açoriana Maria Leopoldina Machado de Assis - cresceu em condições simples e, de fato, não frequentou escolas formais de maneira sistemática, formando-se sobretudo como autodidata, aprendendo línguas e literatura por conta própria.
Aos 17 anos, começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, espaço fundamental para seu contato com o meio intelectual da Corte: escritores, jornalistas e políticos. Atuou como tipógrafo, revisor, jornalista, crítico literário, cronista, dramaturgo e funcionário público, sendo esta última função - exercida no Ministério da Agricultura, depois no Ministério da Fazenda - sua carreira estável e principal fonte de renda até a morte.
Iniciou sua produção literária no campo da poesia, estreando com o livro Crisálidas (1864), seguido de Falenas (1870), ambos marcados por traços do romantismo tardio, ainda que já apresentem certa contenção e ironia próprias do autor. Na sequência, publicou Americanas (1875), conjunto de poemas de temática histórica e indianista, e, mais tarde, Ocidentais (1901), de orientação mais formal e afinada com o parnasianismo, embora sempre com a marca singular de Machado.
Sua passagem definitiva para o lugar de maior destaque na literatura brasileira, entretanto, deu-se sobretudo pela prosa de ficção. A publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) - obra que inaugura sua chamada “fase madura” - é amplamente reconhecida como um marco modernizador da literatura no país, pela experimentação narrativa, pelo humor corrosivo e pela crítica social e psicológica. A partir daí, Machado consolidou-se como um dos maiores escritores da literatura brasileira e universal, autor de romances, contos, crônicas e ensaios que moldaram o cânone literário nacional.
Obras e poemas
Do livro 'Crisálidas', 1864Flor da mocidade | Quando ela fala | Musa dos olhos verdes | À Elvira (Lamartine) | Lágrimas de cera | O verme | Luz entre sombras | O poeta a rir | A folha do salgueiro | As flores e os pinheiros | Reflexos
Do livro 'Americanas', 1875
Do livro 'Ocidentais', 1901
Círculo vicioso | Uma criatura | Mundo interior | Lindoia | Suave Mari Magno | Spinoza | Maria | Uma senhora que me pediu versos
Para aprofundar o estudo sobre a poesia de Machado de Assis:
Amparo, F. (2012). O “Mundo interior” de Machado de Assis. Revista Vértices, 14(2 Especial), 45-54.
Para consultar
Edições digitais de suas obras estão disponíveis em:
Casemiro, S. R. (2016). A Lenda da Iara no poema “Sabina”, de Machado de Assis. Estudos Linguísticos (São Paulo. 1978), 40(3), 1681–1691.
Cei, V. (2016). Uma criatura: o problema do niilismo na poesia de Machado de Assis. ANTARES: Letras e Humanidades, 8(16), 85-97.
Gonçalves, F. (2015). De poeta a editor de poesia: a trajetória de Machado de Assis para a formação de suas Poesias completas. Editora UNESP.
Gonçalves, F. (2015). De poeta a editor de poesia: a trajetória de Machado de Assis para a formação de suas Poesias completas. Editora UNESP.
Miasso, A. L. do N., & Marques, W. J. (2016). “O profeta” e “A poesia” de Machado de Assis. Texto Poético, 11(19), 156–174.
Miasso, A. L. D. N. (2017). Epígrafes e diálogos na poesia de Machado de Assis. EdUFSCar.
Miranda, J. A. (2016). Uma aproximação às poesias completas de Machado de Assis. Scripta, 20(39), 331-349.
Miranda, J. A. (2017). Os dois primeiros livros de poesias de Machado de Assis: seus títulos, suas semelhanças e diferenças–interrelações. Caligrama: Revista de Estudos Românicos, 22(1), 87-107.
Miranda, J. A. (2019). Notas para um estudo da poesia de ‘Americanas’, de Machado de Assis. Texto Poético, 15(27), 63–97.
Miranda, J. A. (2020). Vínculos com a vida na poesia de Machado de Assis. Machadiana Eletrônica (ISSN 2594-5084), 3(5), 161-179.
Rocca, P. (2020). Diálogo entrecortado: Machado de Assis, a língua ea poesia hispano-americana. Machado de Assis em Linha, 13(30), 11-23.
Rodrigues, G. (2021). A crítica e a poesia de Machado de Assis: decadentismo e classicismo. ANTARES: Letras e Humanidades, 13(31), 59-93.
Rodrigues, G. (2021). A crítica e a poesia de Machado de Assis: decadentismo e classicismo. ANTARES: Letras e Humanidades, 13(31), 59-93.
Sandmann, M. C. (2008). A poesia narrativa de Machado de Assis:“Pálida Elvira”, estudo de um caso. In Anais do XI Congresso Internacional da ABRALIC.
Sandmann, M. (2008). Presença camoniana na poesia de Machado de Assis: Crisálidas (1864), Falenas (1870) e Americanas (1875). Crítica Cultural, 3(1).
Souza, R. T. D. (2016). Machado de Assis entre dois sistemas de versificação. Machado de Assis em linha, 9(19), 34-48.
Souza, R. T. D. (2018). Versos nas Poesias completas de Machado de Assis. Machado de Assis em Linha, 11, 146-165.
