Francisca Júlia

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Francisca Júlia

Uma das primeiras vozes femininas a conquistar prestígio nacional, Francisca Júlia se destacou no parnasianismo brasileiro com traços do simbolismo.

Biografia

Francisca Júlia da Silva Munster nasceu em 1871, na Vila de Xiririca, atual Eldorado, estado de São Paulo. O pai era advogado, a mãe, professora. Ainda criana, mudou-se com a família para a capital.  Publicou, em 1891, o primeiro poema no jornal 'O Estado de São Paulo'. A partir de então, continuaria publicando poesia em diferentes jornais e revistas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Seu primeiro livro, 'Mármores', saiu em 1895. Assim como a mãe, dedicou-se ao magistério. Decidiu realizar uma obra para crianças, tendo em vista a ausência de livros infantis, lançando, em 1899, 'Livro da Infância', que foi adotado por escolas do estado. Em 1903, publicou 'Esfinges', edição revisada e ampliada de seu primeiro livro, em que exclue alguns poemas e acrescenta outros vinte. Entre 1906 e 1908, empregou-se como professora numa cidade do interior, Cambreúva, afastando-se dos círculos literários. Retornando a São Paulo, casou-se em 1909 com um telegrafista da Central do Brasil. Tinham uma vida modesta. Publicou o último livro em 1912, 'Alma infantil', também direcionado ao público infantil. Ao descobrir que o marido contraiu tuberculose, Francisca entrou em depressão. Escrevia pouco. A doença levou seu marido em 1920. No mesmo dia, ingeriu uma dose excessiva de narcóticos, suicidando-se.

Obras e poemas

Do livro 'Mármores', 1895
A uma criança | Mudez | A florista | Aurora | A noite | No campo

Do livro 'Esfinges', 1903

Da revista 'A Cigarra', 1919

Para consultar

Edições digitais de suas obras estão disponíveis em:
Para aprofundar o estudo sobre Francisca Júlia:

Borges, J. F. (2017). A literatura de Francisca Júlia: questões de autoria feminina. In Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s World Congress (Anais Eletrônicos).
Borges, J. (2021). Do parnaso ao simbolismo: sobre a literatura de Francisca Júlia (1871-1920). Miscelânea: Revista De Literatura E Vida Social, 29, 205–224.
de Melo, C. A., & Mundaca, D. A. H. (2013). Do mármore aos jardins: Sobre a obra de Francisca Júlia (1871-1920). Revista Recorte, 10(2).
de Melo, C. A. (2021). Francisca Júlia da Silva: a musa parnasiana brasileira. Miscelânea: Revista de Literatura e Vida Social, 29, 179-204.
dos Santos Gomes, M., & Caria, J. R. (2018). Francisca Júlia e a Versatilidade Literária. Revista Eletrônica Mutações, 9(16), 162-172.
Lôbo, D. (1991). Francisca Júlia: entre o pincel e a pena. Travessia, (23), 210-225.
Rahme, A. M. (2008). Musa impassível cumpre destino mítico. Encontro de História da Arte, Campinas, SP, n. 4, p. 946–951.
Samyn, H. M. (2019). Da “poetisa bonita” à “máscula autora”: sobre a generificação de Francisca Júlia. Miscelânea: Revista de Literatura e Vida Social, 25, 39-60.
Silva, S. P. da, Silva, A. A. da, Silva, E. C. L. da, & Silva, S. P. da. (2012). Francisca Julia e a inserção da mulher no campo literário: um intermédio entre o Parnasianismo e o Simbolismo. Raído, 5(10), 405–427.
Silva, E. F. da, & Silva, E. B. da. (2019). Entre a racionalidade parnasiana e o misticismo simbolista: uma análise de Musa Impassível I, de Francisca Júlia. Diversitas Journal, 4(3), 1037–1052.
Vicente, J. (2013). Insurgências da subjetividade de uma musa impassível: simbolismo e romantismo na obra poética de Francisca Júlia. Litterata: Revista do Centro de Estudos Portugueses Hélio Simões, 3(2), 37-59.
Vicente, J. V. P. (2014). Rigidez escultórica e busca de temática clássica: o rigor formal na poesia de Francisca Júlia. Universitas Humanas (encerrada), 11(1).