Cruz e Sousa

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Cruz e Sousa

Poeta que inaugurou e promoveu o simbolismo no Brasil, Cruz e Sousa é uma das principais referências da poesia do país no século dezenove.

Biografia

João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, em Desterro - hoje Florianópolis, Santa Catarina. Filho de escravizos alforriados que continuaram trabalhando na casa de seu prévio senhor, o coronel Guilherme Xavier de Sousa. Por apadrinhamento do coronel e sua esposa, recebeu o sobrenome e uma educação formal. Entre 1871 e 1875, cursou o Ateneu Provincial Catarinense, frequentado pelos filhos da elite local, e, apesar da franca hostilidade que o cerca, destacava-se como excelente aluno. Trabalhando como secretário de uma companhia teatral itinerante, viaja pelo Brasil em 1881. Retornando a Desterro, envolveu-se com a imprensa local, fundando ou colaborando para jornais. Nomeado promotor de Laguna em 1883, foi impedido de assumir o cargo por causa da cor da pele. Em parceria com um amigo, lançou o primeiro livro, de prosa, em 1885. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1890, atuando junto à imprensa local e se aproximando do círculo literário carioca. Nesse ano, publicou artigos-manifestos no jornais Folha Popular e O Tempo, introduzindo o simbolismo no país. Inaugurou o novo movimento literário em 1893, por meio da publicação das obras 'Missal' e 'Broquéis'. Ainda em 1893, conseguiu um emprego modesto na Estrada de Ferro Central do Brasil, e casou-se, tendo quatro filhos. O baixo salário colocou a família de Cruz e Sousa em dificuldades financeira. Após o nascimento do segundo filho, a saúde mental da mulher se fragiliza. A tuberculose, então, abateu-se sobre a família, levando à morte de dois filhos. Em 1897, Cruz e Sousa partiu para tratamento no município de Antônio Carlos, em Minas Gerais. Faleceu um ano depois, aos 36 anos de idade.

Obras e poemas

Do livro 'Broquéis', 1893
 
Do livro 'Faróis' - obra póstuma, 1900

Do livro 'Últimos sonetos' -  obra póstuma, 1905

Para consultar

Edições digitais de suas obras estão disponíveis em:
Para aprofundar o estudo sobre a poesia de Cruz e Sousa:

Barros, A. A., & Fernandes, M. L. S. (2017). A lírica colorida de Cruz e Sousa. Revista de Letras, 19(25).
Brayner, S. (1993). Esoterismo e estética: Evocações de Cruz e Sousa. Travessia, (26), 171-183.
Capobianco, J. M. (2013). Cruz e Sousa e a poesia do século XX: por dentro do verso. Revista Soletras, São Gonçalo, (26), 180-195.
Cesco, A. (2013). Cruz e Sousa: emparedado em seu poema. Revista Literatura Em Debate, 5(9), p. 01–45.
do Amaral, G. C. (1993). Cruz e Sousa, leitor de Baudelaire. Travessia, (26), 127-136.
da Silva, J. C. B. (2024). O simbolismo brasileiro como ruptura? Cruz e Sousa e a poesia moderna. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 34(4), 51–66.
Fonseca, J. T. (2002). Cruz e Sousa: As Expansibilidades do Emparedado. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 9, 61-67.
Gimenez, E. T. (2001). Cruz e Sousa: o poeta Malsim. Magma, 1(7), 81-90.
Lôbo, D. (1993). Cruz e Sousa: O assinalado. Travessia, (26), 11-23.
Nunes, C. (1993). Cruz e Sousa e o mito do poeta como herói moral. Travessia, (26), 25-43.
Oliva, O. P. (2013). Feminino, Misticismo e Liturgia na Poética de Cruz e Sousa. O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 22(2), 75-85.
Santos, R. D. C. S. D. (2014). “Visão da morte”: O lirismo noturno de Cruz e Sousa. Estação Literária, 12, 176-185.
Sophia, D. C., & Rangel, R. F. (2021). Inventário do arquivo Cruz e Sousa.