Raimundo Correia

Raimundo Correa, poeta do parnasianismo brasileiro.

Raimundo Correia

A poesia de Raimundo Correia se iniciou no romantismo, trouxe traços de simbolismo, mas se firmou como uma das mais reconhecidas do parnasianismo no final do século XIX e início do século XX.

Biografia

Raimundo da Mota de Azevedo Correia nasceu a bordo do navio São Luís, ancorado na Baía de Mogúncia, estado do Maranhão, em 13 de maio de 1859. Filho de família abastada - seu pai era o desembargador José da Mota de Azevedo Correia, descendente dos duques de Caminha -, mudou-se com a família para a Corte, no Rio de Janeiro, ainda menino.

No ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde passou a colaborar com jornais e revistas e conviveu com um grupo de jovens intelectuais que marcariam a cultura brasileira (Raul Pompéia, Afonso Celso, Valentim Magalhães etc.). Formou-se em Direito em 1882.

Estreou na literatura em 1879 com o volume de versos "Primeiros Sonhos". Em 1883 publicou "Sinfonias" - livro prefaciado por Machado de Assis - no qual se inclui o soneto “As pombas”, poema que lhe valeria o apelido de “poeta das pombas”. A obra marca a transição do autor do lirismo romântico juvenil para a estética parnasiana mais contida e formalmente apurada.

Após a formatura, regressou ao Rio de Janeiro e iniciou carreira na magistratura. Foi nomeado promotor de justiça e exerceu funções como juiz municipal e em comarcas diversas, conciliando a atividade pública com a produção literária. Também ocupou cargos relacionados à administração pública e ao magistério jurídico.

Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras (cadeira nº 5) e teve obra e personalidade amplamente reconhecidas no ambiente literário. Contraiu tuberculose; ao agravar-se sua saúde, viajou à Europa em busca de tratamento, mas faleceu em Paris, em 13 de setembro de 1911.

Obras e poemas

Do livro 'Sinfonias', 1883
Na penumbra | Perambulas | Mal secreto | Rio acima | A cavalgada | O anoitecer | A chegada | As pombas

Do livro 'Versos e Versões' 1887

Para consultar

Para aprofundar o estudo sobre Raimundo Correia:

Botoso, A. (2010). Traços baudelairianos em Raimundo Correia. Via Litterae (ISSN 2176-6800): Revista de Linguística e Teoria Literária, 2(2), 541-557.
Guarany, W. C. (1971). Raimundo Correia: um poeta e dois versos. Letras de Hoje, 6(3).
Lôbo, D. (1992). Raimundo Correia: itinerário de um Poeta. Travessia, (25), 16-25.
Saltarelli, T. C. V. L. (2007). Elementos simbolistas num poema de Raimundo Correia. O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 14, 95-104.
Santiago, E. (2016). O voyeurismo tímido na poesia de Raimundo Correia. Anais do Seminário do Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira, 77.
Santos, V. C. dos. (2020). Análise discursiva do poema “Mal Secreto”, de Raimundo Correia: os sentimentos por trás das máscaras. Brazilian Journal of Development, 6(12), 94665–94675.
Toledo, M. C. (2023). Ouro Preto, Cidade de Metamorfose Poética: o Caso de Raimundo Correia. Caletroscópio, 11(1), 79-97.