Oswald de Andrade

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Oswald de Andrade

Oswald de Andrade foi nome central do modernismo de São Paulo, formulador de uma poética experimentalista e dotada de humor.

Biografia

José Oswald de Sousa Andrade nasceu em 1890, na cidade de São Paulo, filho único de uma família da elite paulista, ligada ao cultivo do café. O pai de Oswald foi vereador por quatro mandatos e empresário do ramo imobiliário, acumulando uma fortuna através do loteamento da zona oeste do município. Oswald realizou os estudos na capital paulista, diplomando-se como bacharel em humanidades no Colégio São Bento em 1908. No ano seguinte, ingressou no jornalismo, carreira que seguiria pelo resto da vida, e matriculou-se no curso de direito. Fundou, com auxílio financeiro da família, o próprio jornal, em 1911. No ano seguinte, viajou por vários países da Europa, onde conheceu sua primeira mulher, uma jovem estudante francesa. A relação duraria pouco, como suas demais relações amorosas, pois era Oswald um adúltero em série. Participava do círculo de escritores paulistas e estreou em literatura com uma peça de teatro, escrita em francês com Guilherme de Almeida, em 1916. Conheceu Mário de Andrade em 1917, a partir de então demonstrando maior interesse nas vanguardas artísticas européias e sua transposição para o Brasil, dominado pelo tradicionalismo. Assumiu os negócios da família em 1919, após a morte do pai. Organizou e participou da Semana de Arte Moderna, em 1922, depois da qual se relacionou com a pintora Tarila do Amaral, com quem viajou por Minas Gerais e pelo estrangeiro. Publicou o primeiro livro de poesia em 1925, em que realiza um manifesto em defesa de uma produção cultural que não se pautasse por exemplos europeus. No final da década, fundou com outros escritores a Revista de Antropofagia, onde publicou o Manifesto Antropofágico, defendendo a absorção criativa, em vez de simples imitação, de culturas estrangeiras pela brasileira. A crise de 1929 Oswald passou a conviver com problemas financeiros. Suas polêmicas o afastaram de outros escritores da época. Faleceu de um infarto aos 64 anos, no quarto de casa, em 1954.

Obras e poemas

Do livro 'Pau-Brasil', 1925
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Do livro 'Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade', 1927

Do livro 'Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão', 1942

Do livro 'Poesias Reunidas', 1945

Do livro 'O Escaravelho de Ouro', 1946

Para consultar

Edições digitais de suas obras estão disponíveis na Biblioteca Brasiliana USP.

Para aprofundar o estudo sobre Oswald de Andrade:

Alves, L. K. (2010) A assimilação ou a transgressão do código linguístico, cultural e histórico em Oswald de Andrade. Línguas & Letras, 11(21).
Amaral, A. (1992). Oswald de Andrade e as artes plásticas no Modernismo dos anos 20. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, (33), 68-75.
Andrade, G. (2013). Oswald de Andrade em torno de 1922: descompassos entre teoria e expressão estética. Remate de Males, 33(1-2), 113-133.
Bertelli, G. B., & Pellegrini, T. (2009). Entre política e literatura: o Brasil de Oswald de Andrade. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, (34), 43-72.
Chalmers, V. (2013). Oswald de Andrade n´ O Pirralho. Remate de Males, 33(1-2), 91-111.
de Oliveira Virava, T. G. Oswald de Andrade entre a Negra e Jack Johnson: o discurso racial e o modernismo paulista. Encontro de História da Arte, (12), 579-588.
de Souza, R. L. (2007). Ruptura e incorporação: a utopia antropofágica de Oswald de Andrade. Scripta, 11(20), 113-126.
Chaves, R. S. (2019). Releituras de Oswald de Andrade: o movimento da poesia concreta e a antropofagia. tempo de histórias, 1(33), 47-63.
Cortez, L. (2006). Quase pintura: poesia e visualidade em Pau Brasil, de Oswald de Andrade. Aletria: revista de estudos de literatura, 13(1), 94-104.
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Vasconcellos, J. (2011). Oswald de Andrade, filósofo da diferença. Periferia, 3(1).
Virava, T. G. D. O. (2018). Vantagens do caos brasileiro: o Brasil que Oswald de Andrade descobriu em Paris. ARS (São Paulo), 16(33), 59-79.