Francisco de Paula Brito

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Francisco de Paula Brito

Figura central da literatura, Francisco de Paula Brito foi o primeiro editor brasileiro do Brasil Império e fundou a primeira casa editorial do país. Além de poeta, atuou como tipógrafo, jornalista, editor, escritor e tradutor. Deu imprescindível contribuição para a produção de livros e a divulgação da literatura nacional.

Biografia

Nascido no Rio de Janeiro em 1809, filho de um carpinteiro, Francisco de Paula Brito. Em 1815, a família se mudou para Surui, onde Paula Brito aprendeu as primeiras letras com sua irmã mais velha. Aos 15 anos, voltou, em companhia de seu avô materno, para a corte. Empregou-se, a princípio, em uma botica, mas logo depois entrou para a Imprensa Nacional, aprendendo o ofício da tipografia. Dali passou para a tipografia de R. Ogier e em seguida de Seignot Plancher, ocupando o papel de compositor do Jornal do Comércio. Ali se tornou diretor das prensas. Casou-se em 1830 na cidade de Itaboraí. Entre 1831, Paula Brito adquiriu com sacrifício a loja de encadernação e livros de seu primo. A ela juntou uma tipografia, iniciando o empreendimento de tipógrafo-editor. Publicou o primeiro jornal brasileiro destinado ao público feminino - 'A Mulher do Simplicio' ou 'A Fluminense Exaltada' -, bem como o primeiro jornal a tratar abertamente do preconceito racial - 'O Homem de Cor' ou 'O Mulato'. Em 1850, fundou a Imperial Tipografia Dois de Dezembro, primeira casa editorial do Brasil e a principal de seu tempo, sendo escolhida como impressor oficial da Casa Imperial por D. Pedro II. Publicava poemas dispersos em diversos periódicos, e foi um dos precursores do conto brasileiro. Por suas mãos, centenas de obras jornalísticas e literárias foram publicadas, dos principais personagens da literatura brasileira do período, como o primeiro romance do país, uma das primeiras peças de teatro, ou a primeira ópera. Foi com ele que Machado de Assis iniciou sua carreira literária. Em 1861, aos 52 anos, Paula Brito faleceu, deixando um legado fundamental para as letras brasileiras.

Obras e poemas

Francisco de Paula Brito escreveu poesia, peças teatrais, contos e textos jornalísticos. Mas em vida nã publicou nenhum livro. Sua poesia se reuniu em obra póstuma, publicada por sua tipografia em 1863.

Poemas de 'Poesias' (1863)

Caldeira, C. A. A. (2012). Francisco de Paula Brito: política e imprensa. Revista Maracanã, Rio de Janeiro, 8(8), 113-127.
da Silva, M. F. L. (2010). Paula Brito: o precursor da imprensa negra e do conto brasileiro. Literafro, Ufmg.
Granja, L., & Longo Porto, J. (2017). Paula Brito, escritor esquecido. Revista Soletras, (34). 
Gonçalves, M. D. S., Bessone, T. M. T., & Ferreira, C. (2017). Negócios impressos: o editor Francisco de Paula Brito e a edição de periódicos, teses e livros de medicina no Brasil oitocentista. R. IHGB, Rio de Janeiro, a. 178 (474):149-176.
Martins, B. G. (2013). Três figurações do editor em Francisco de Paula Brito: o capital, a autonomia e a voz. Anais do XIII Congresso Internacional da ABRALIC.
Silva-Reis, D. Os tradutores negros do Brasil do século XIX. In: Silva, V. J., Silva, G. S. D., Conde, A. F., Magalhães, O., & Gonçalves, L. J. (2024). Cultura e Escrita em Movimento: Sociedade, Patrimônio e Religiosidade, 43-60.
Puls, M. (2016). A intelectualidade negra do Império. Pesquisa FAPESP. Ed, 249.
Silva, Marcos Fabrício Lopes da. “Gênero e etnicidade nos contos de Francisco de Paula Brito: entre a submissão e o destemor”. Terra Roxa E Outras Terras: Revista De Estudos Literários, vol. 17, nº 2, dezembro de 2009, p. 125-34