Carmen Freire
Figura pouco lembrada nos compêndios literários, Carmen Freire, conhecida como Baronesa de Mamanguape, destacou-se como uma das raras vozes femininas da literatura brasileira oitocentista. Poeta e prosadora, sua obra une lirismo, sensibilidade e compromisso com a educação moral da mulher e da infância.
Biografia
Maria do Carmo Evangelista Salles nasceu em 2 de março de 1855, no Rio de Janeiro. Foi criada pela mãe, que, apesar das dificuldades, deu-lhe boa educação. Casou-se em 1869, aos 14 anos, com o senador do império e ex-presidente da Paraíba, Flávio Clementino da Silva Freire, de 53 anos, tornando-se sua segunda esposa. O marido havia recebido o título de Barão de Mamanguape por decreto de Dom Pedro II. Carmen passou a frequentar a corte imperial, sendo conhecida como Baronessa de Mamanguape. Contribuía com trabalhos em prosa e verso para as folhas diárias do Rio de Janeiro. Poetisa, os salões da casa de Carmen eram frequentados pela alta boêmia da época, como Olavo Bilac, Aluísio Azevedo, Graça Aranha e Coelho Neto. Mas as portas se fecharam após a publicação da Lei Áurea, que provocou a ruína econômica da família. Ela morreu jovem, em 1891, vítima de tuberculose, quando se preparava para publicar o primeiro livro de poesias.Obra e poemas
Durante sua vida, Carmen publicou poemas individuais em jornais cariocas. Após sua morte, foi publicada sua coletânea de poesia, Visões e Sombras (1897).Poemas de Visões e Sombras (1897)
Pantum | Resposta a Artur Azevedo | Finge | Seus olhos | Alvoradas (II) | O vendaval | À minha amiga | Alvoradas | Inverno | Noite em Santa Tereza | Volve | Fantástico | A pérola | Abraço eterno | A escrava | Ilusão | Mártir
Poema publicado na Gazeta de Notícias (1888)
Para consultar
Edição digital de sua obra está disponível na Biblioteca Digital de Literatura de Países Lusófonos.
Não se identificaram estudos disponíveis a repeito da poetisa. Outras informações se encontram em Pereira, C. (2023). Carmem Freire, Baronesa de Mamanguape (1855–1891).