Beatriz Brandão

Imagem da poeta Beatriz Francisca de Assis

Beatriz Brandão

Pioneira entre as mulheres letradas do Brasil colonial, Beatriz Francisca de Assis Brandão destacou-se como poeta, tradutora e educadora, rompendo com os padrões extremamente limitantes estabelecidos à época para as mulheres.

Biografia

Beatriz Francisca de Assis Brandão nasceu na freguesia de Nossa Senhora do Pilar do Ouro Preto, Minas Gerais, por volta do ano 1779, batizada na igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar. Sua aristocrática família era conhecida por estreitas relações com a casa imperial. Beatriz era prima de Maria Dorotéia de Seixas, a noiva que Tomás Antônio Gonzaga celebrou como Marília de Dirceu. A contragosto do pai, estudou os idiomas italiano e francês por intermédio de um amigo da família, além de estudar música e cultivar a leitura. Através de seus poemas e traduções, tornou-se uma das figuras intelectuais de maior prestígio em Vila Rica. Casou-se em 1816 com o alferes Vicente Batista Rodrigues Alvarenga. Não teve filhos. Além de traduções e publicações em semanários, trabalhou como professora e diretora de escola primária para meninas. Divorciou-se do marido em 1839, um fato excepcional naquele tempo de severas restrições sociais às mulheres. Talvez por esse motivo, transferiu-se para o Rio de Janeiro após o divórcio, vivendo junto à corte até sua morte, em 1868.

Obra e poemas

Beatriz Brandão publicou grande parte de sua obra em periódicos da época, como o Marmota Fluminense, entre 1852 e 1857. Algumas de suas obras foram reunidas em coletâneas literárias do século XIX. Publicou o livro 'Cantos da mocidade (1856)', coletânea poética marcada por temas como o amor, a virtude e a natureza, além de traduções de poesia e drama estrangeiros.

Poemas de 'Cantos da mocidade (1856)'
Jinzenji, M. Y. (2012). Leitura e escrita femininas no século XIX. cadernos pagu, 367-394.
Pereira, C. G. (2010). A poesia esquecida de Beatriz Brandão (1779–1868). Navegações, 3(2), 1–12.
Priamo, F. P., Gonçalves, L. P., & de Almeida Nogueira, N. H. (2008). O Belo Sexo produz: a escrita feminina na sociedade oitocentista através do pensamento de Beatriz Brandão. CES Revista, 22(1), 181-196.
Priamo, F. P., Gonçalves, L. P., & de Almeida Nogueira, N. H. (2011). Literatura Imperial: a escrita poética feminina de Beatriz Brandão. CES Revista, 22(1), 181-196.