Cláudio Manuel da Costa
Cláudio Manuel da Costa
Biografia
Cláudio Manuel da Costa nasceu na Vila do Ribeirão do Carmo (hoje Mariana, Minas Gerais) em 5 de junho de 1729. Após os estudos iniciais em Vila Rica, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou o Colégio dos Jesuítas, iniciando seu contato com a filosofia. Em 1749, seguiu para Portugal, matriculando-se na Universidade de Coimbra, onde se formou-se em Cânones (Direito Canônico) em 1753. Durante sua estadia em Coimbra, publicou opúsculos como "Munúsculo Métrico", "Labirinto de Amor" e "Epicédio", ainda com traços do Barroco.
Ao retornar ao Brasil, instalou-se em Vila Rica (atual Ouro Preto), onde atuou como advogado, magistrado, minerador e fazendeiro. Em sua carreira pública, foi secretário do governo da província entre 1762 e 1765 e, mais tarde, juiz demarcador de sesmarias. Em 1768, participou da fundação da Colônia Ultramarina (Arcádia Mineira) e publicou suas Obras Poéticas sob o pseudônimo árcade Glauceste Satúrnio, marco inicial do Arcadismo no Brasil.
Sua poesia reflete uma transição entre o estilo barroco - predominante nas primeiras composições - e o ideal árcade, com forte presença de bucolismo, pastores e ninfas, e a figura mítica de sua musa, Nise. Em 1773, concluiu o poema épico Vila Rica, embora este só tenha sido publicado postumamente em 1839.
Envolvido no movimento da Inconfidência Mineira, Cláudio foi preso em 1789 aos 60 anos. Morreu em 4 de julho de 1789, encarcerado na Casa dos Contos, em Vila Rica. Oficialmente, a causa da morte é registrada como suicídio por enforcamento, mas a historiografia levanta hipóteses alternativas, incluindo assassinato.
Obra e poemas
Obras Poéticas (Lisboa, 1768)'As moles asas' | Nize a Fileno | Fileno a Nize | Nize - cantata V | Antandra | Lize | Vida do campo | 'Destes penhascos' | 'Quando cheios' | 'Entre este álamo' | 'Campos que' | 'Clara fonte' | 'Eu cantei' | 'Não te assuste' | 'Que tarde nasce' | 'Já me enfado' | 'Torno a ver-vos' | 'Adeus, ídolo' | 'Memórias' | 'Que inflexível' | 'A cada instante' | 'Injusto Amor' | 'Breves horas' | 'Que feliz' | 'Estes os olhos' | 'Não se passa' | 'Ai Nise amada' | 'Não vês, Nise' | 'Sonha em torrentes' | 'Deixa que' | 'Quem deixa o trato' | 'Nise? Nise?'| 'Pouco importa' | 'Onde estou' | 'Sou pastor' | 'Pastores'
Para consultar
Edições digitais de suas obras estão disponíveis em:
Para aprofundar o estudo sobre Cláudio Manuel da Costa:
Féres, L. M. L. (2015). Cláudio Manuel da Costa: barroco ou árcade?. Ars Historica, (10), 137-151.
Ferreira, C. (2012). Cláudio Manuel da Costa: o letrado dividido. Revista Brasileira de História, 32, 437-440.
Julião, Rafael. A arcádia melancólica de Claudio Manuel da Costa. Revista Diadorim / Revista de Estudos Linguísticos e Literários do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Volume 13, Julho 2013.
Sarmatz, L. (2001). Cláudio ou a dialética do bucolismo. Organon, 15(30-31).
Schneider, A. L. (2012). A vida (e a morte) de Cláudio Manuel da Costa: poeta árcade, escravocrata e inconfidente.
Souza, Laura de Mello e. O antigo e o moderno na obra de Cláudio Manuel da Costa. Revista de História, São Paulo, n. spe, p. 101–114, 2010.
Valle, R. M. (2003). A construção da posteridade ou a gênese como ruína (um ensaio sobre Cláudio Manuel da Costa). Revista USP, (57), 104-121.
Versiani dos Anjos, C., (2014). Glauceste Saturnio e a real mesa censória: uma crítica genéti a das obras de Cláudio Manuel da Costa. Revista de História, (170), 261-290.
Werkema, A. S. (2009). Mito e tradição literária na poesia de Cláudio Manuel da Costa. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 39-46.
