Eduardo Guimaraens

Eduardo Guimaraens, poeta do Simbolismo brasileiro.

Eduardo Guimaraens

Menos conhecido do grande público, a poesia de Eduardo Guimaraens marcou o simbolismo brasileiro.

Biografia

Eduardo Gaspar da Costa Guimarães nasceu em Porto Alegre, em 30 de março de 1892, filho do português Gaspar Eduardo da Costa Guimarães e da brasileira Balbina da Silveira Guimarães. Publicou seu primeiro poema no "Jornal da Manhã", de Porto Alegre, aos 16 anos, em 1908, e no mesmo ano lançou seu primeiro livro de poesia, "Versos", obra que o inseriu precocemente no ambiente literário da cidade. Nessa época envolveu-se com jovens escritores e artistas locais, participando da formação de grupos literários que buscavam renovar a produção cultural porto-alegrense.

Trabalhou como jornalista e crítico literário na imprensa da capital gaúcha, colaborando para periódicos como A Federação e A Noite. Entre 1912 e 1913, viveu no Rio de Janeiro, período em que colaborou com diversos jornais e estabeleceu contato com escritores cariocas e com o circuito literário da então capital federal - experiências que ampliaram seu repertório estético.

De volta a Porto Alegre, iniciou sua carreira no funcionalismo público, sem abandonar a atuação na imprensa local. Publicou seu segundo livro de poesia, "Lavra", em 1916, consolidando um estilo lírico marcado por musicalidade, imaginação simbolista e intensa subjetividade. Em 1921 casou-se com Nair Araújo, com quem teve dois filhos.

Participou da inauguração da primeira rádio do Rio Grande do Sul, Rádio Sociedade Rio-Grandense (mais tarde PRA-2), contribuindo com leituras e comentários literários, o que ampliou seu papel como difusor cultural. Entre 1922 e 1928, foi diretor da Biblioteca Pública de Porto Alegre, onde implantou um novo sistema de catalogação inspirado naquele da Biblioteca Nacional, modernizando a instituição e ampliando seu alcance educativo.

Em 1926 contraiu tuberculose. Com o agravamento da doença, viajou ao Rio de Janeiro em busca de tratamento e faleceu ali em 30 de outubro de 1928, aos 36 anos.

Obras e poemas

Do livro 'A Divina Quimera', 1916
'Queres saber' | 'Primeiros frios' | 'Por que, depois' | 'Doce, a agonia' | 'Voltei' | 'Nada quero' | 'Vai pela paisagem' | 'Sobre a tristeza' | 'Insone de alma' | 'De onde vieste' | 'Doçura'

Para consultar

Edições digitais de suas obras estão disponíveis em Domínio Público. Visite o site oficial do poeta: Eduardo Guimaraens.

Para aprofundar o estudo sobre a poesia de Eduardo Guimaraens:

Guilhen, E., & Anhezini, A. (2017). A organicidade musical de Divina quimera (1916), de Eduardo Guimaraens. Remate de Males, 37(1), 37-57.
Guilhen, E. (2019). Mallarmé redivivo em Eduardo Guimaraens. Texto Poético, 15(28), 338–365.
Guilhen, E. (2024). Baudelaire transposto por Eduardo Guimaraens. O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 33(4), 30-41.
Jahn, L. P. (2012). A influência de Baudelaire na poesia de Eduardo Guimaraens. Non Plus, (1), 30-40.
Meirelles, R. (2007). Baudelaire no Brasil: Eduardo Guimaraens, um poeta albatroz. Revista Cerrados, 16(23), 81-97.
Zilberman, R. (2015). Eduardo Guimaraens e os novos. Conexão Letras. Porto Alegre, RS. Vol. 10, n. 14 (2015), p.[79]-88.