Ildefonsa Laura César


Ildefonsa Laura César

Em meio a um século dominado por vozes masculinas, a poeta baiana Ildefonsa Laura César chocou a sociedade da época ao ter uma relação amorosa sem estar casada. Foi a primeira baiana a publicar um livro de poemas e uma das precursoras do uso de tons eróticos na poesia.

Biografia

Nascida em 13 de janeiro de 1847 (data mais provável), em Salvador, Bahia. Ildefonsa foi professora primária. Supostamente  nascida  em família  ilustre, sua posição  social sofreu um revés em função de seu relacionamento amoroso com um estudante de medicina, José Lino Coutinho, com quem teve uma filha, Cora César Coutinho. Não eram casados. Viveu junto à írmã até que, após a morte de José Lino, casou-se com o major Manoel Gomes Tourinho. Sua poesia traz elementos do arcadismo e do romantismo. Em 1843, publicou um opúsculo de seis páginas intitulado "Lição a meus filhos", e, no ano seguinte, o livro de poemas "Ensaios Poéticos". Estipula-se que Ildefonsa faleceu após 1860, talvez no ano de 1873.

Obra e poemas

Do livro "Ensaios Poéticos" (1844)
'Pela margem desse rio' | 'De Febo' | 'Tão infeliz' | 'Se há quem triste' | Um sonho | 'Ah! meu Bem!' | 'Na dura ausência' | 'Gozar de quantos favores' | 'Quem não sabe' | 'Quem de seu bem' | 'Há dias em que' | 'Com eles na campa' | 'Ah! se longe' | 'Quanto invejo' | 'Espancar hoje' | 'Fugir de Cupido' | 'Amor imprime' | 'Como respiras'

Para consultar

Batista, E. R. (2016). Uma leitura gendrada da lírica de Ildefonsa Laura César. In: Pelinser, A. T. et al. (org.). Anais do VII Seminário Internacional e XVI Seminário Nacional Mulher e Literatura. Caxias do
Sul, RS: Educs, 2016.
Batista, E. R. (2015). Gênero, alteridade e poder na lírica de Ildefonsa Laura César. Interdisciplinar-Revista de Estudos em Língua e Literatura, 55-66.
Biguelini, Elen (17 de setembro de 2023). «Ildefonsa Laura César (Bahia, 1774 ou 1794- após 1860)». claudemirpereira.
Cunha, H. P. (2017). Escritoras baianas dos oitocentos enfrentando preconceitos. A Cor Das Letras, 4(1), 29–38.
Magalhães, P. I., & Junqueira, L. D. F. (2017). A biblioteca de um estadista do Império: o inventário dos livros de José Lino Coutinho (1836). Almanack, (16), 206-257.
de Mello Reis, L. J. (2019). Gênero e o esquecimento de autoras mulheres. Ars Historica, (19), 226-243.
de Santana, F. C. (2013). Civilidade, sensibilidade e cotidiano familiar no Brasil Império: o exemplo das “cartas sobre a educação de Cora”. VI Simpósio Nacional de História Cultural Escritas da História: Ver – Sentir – Narrar, Universidade Federal do Piauí – UFPI.