Mário de Andrade


Mário de Andrade


Mário de Andrade foi um dos principais ativistas do modernismo do início do século XX em São Paulo. Autor multifacetado, foi poeta, escritor, folclorista, musicólogo, entre outros. Fomentou a atualização da arte brasileira às vanguardas européias, buscando conciliá-la com a cultura popular.

Biografia

Mário Raul de Moraes Andrade nasceu em São Paulo, em 1893, quatro anos após o golpe militar que instaurou a república. Neto de mulatas, filho de um tipógrafo, Mário nasceu numa família paulistana de classe média. Teve uma educação católica, participando de missas e de atividades da igreja. Aprendeu música e à tocar piano em casa. Era, no entanto, um aluno sofrível. Concluiu o secundário, mas não deu continuidade aos estudos na universidade. O pai o matriculou num curso de contabilidade, que Mário abandonou após três meses. Matriculou-se, então, num curso de literatura, concluído em 1910. No ano seguinte, entrou para o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, formando-se pianista em 1917. Ingressaria no Conservatório como professor, e lá exerceria uma longa carreira docente. Ainda em 1917, publicou seu primeiro livro de poemas, 'Há uma gota de sangue em cada poema'. Travava relações com outros artistas que comporiam o movimento modernista de São Paulo, e passou a contribuir com diversos veículos da imprensa. Idealizou e foi um dos principais organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, ano em que lançou o primeiro livro de poesia modernista brasileira - 'Paulicéia desvairada'. Mário atuou como articulador, correspodendo-se com diversos autores do país. Escreveu obras sobre crítica literária, arte, música e folclore. Em 1935, participou da fundação do Departamento Municipal de Cultura e Recreação de São Paulo, sendo o seu primeiro diretor, implementando inúmeras ações, como a criação da Discoteca Pública. Elaborou o ante-projeto de criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - mais tarde, IPHAN. Fundou, juntamente com Dina Dreyfus, a Sociedade de Etnografia e Folclore, da qual foi o primeiro presidente. Pediu demissão do cargo em 1938, quando se transferiu para o Rio de Janeiro, assumindo a direção do Instituto Nacional do Livro. Retornou a São Paulo em 1941. Quatro anos depois, em 1945, faleceu em casa, aos cinquenta e um anos de idade.

Obras e poemas

Do livro 'Pauliceia desvairada', 1922

Do livro 'Losango cáqui', 1926

Do livro Clã do jabuti, 1927

Do livro 'Remate de males', 1930

Do livro 'Poesias', 1941

Do livro 'Lira Paulistana', 1945

Do livro 'Poesias completas', 1955

Para consultar

Edições digitais de suas obras estão disponíveis na Biblioteca Brasiliana USP.

Para aprofundar o estudo sobre Mário de Andrade:

Birman, J. (2022). Arquivo do modernismo e brasilidade em Mário de Andrade. Revista Tempo Psicanalítico, 54(2), 326-356.
Borges, S. C. (2011). Máscaras do Modernismo e Anacronismo em Paulicéia Desvairada de Mário de Andrade. Desvendando o labirinto intertextual de A última viagem de Borges, 2(4), 91-106.
Botelho, A. (2013). A viagem de Mário de Andrade à Amazônia: entre raízes e rotas. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 15-49.
Cavalcanti, M. L. V. D. C. (2004). Cultura popular e sensibilidade romântica: as danças dramáticas de Mário de Andrade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 19, 57-78.
Contier, A. D. (2004). O nacional na música erudita brasileira: Mário de Andrade e a questão da identidade cultural. Fênix-Revista de História e Estudos Culturais, 1(1), 1-21.
de Paula Ramos Jr, J. (2018). Mário de Andrade e a lição do Modernismo. Revista USP, (116), 97-106.
de Sales, C., & Hermano Breunig, T. (2022). Uma poética do sonho ao sono em Mário de Andrade. Língua-Lugar : Literatura, História, Estudos Culturais, 1(5), 106 — 127.
dos Santos, M. do C. O. M. (2014). Trânsitos “desvairados”: Mário de Andrade e a poética da modernização da cidade de São Paulo. Cadernos CESPUC De Pesquisa Série Ensaios, (24), 93–114.
de Souza, R. L. (2005). Modernismo e Cultura Popular: o projeto estético de Mário de Andrade. Mediações, 10(1), 105-123.
Duarte, P. (2018). O fim da arte no Modernismo de Mário de Andrade. Dois pontos, 8-17.
Fernandes, M. R. C. (2006). Imagens da sociedade na poesia modernista (Mário e Oswald de Andrade). Revista História & Perspectivas, 1(34).
Fonseca, A. (2017). MÁRIO DE ANDRADE: trovador / domador da cidade. Revista Légua E Meia, 1(1), 237–251.
Lopez, T. P. A. (1993). A estreia poética de Mário de Andrade. Letras, (7), 19-32.
Lopez, T. A. (2013). Mário de Andrade cronista de São Paulo nos primórdios do modernismo. Remate de Males, 33(1-2), 51-89.
Marques, I. (2012). Modernismo de pés descalços: Mário de Andrade e a cultura caipira. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 27-42.
Mattar, J. (2019). Consciência Estética e Ética de Mário de Andrade. Research, Society and Development, 8(9), 23.
Natal, C. M. (2016). A vanguarda tropical de Mário de Andrade. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, 24(2), 161-186.
Nunes, B. (1984). Mário de Andrade: as enfibraturas do modernismo. Revista iberoamericana, 50(126), 63-75.
Pinto, M. I. M. B. (2001). Urbes industrializada: o modernismo e a paulicéia como ícone da brasilidade. Revista Brasileira de História, 21, 435-455.
Toni, F. C. (1987). Mário de Andrade e Villa-Lobos. Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, 27, 43-58.
Toni, F. C., & Fresca, C. (2022). Natureza e modernismo: Mário de Andrade e Villa-Lobos antes da Semana. Estudos Avançados, 36(104), 143-184.