Castro Alves

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Castro Alves

Representante mais conhecido da chamada terceira geração do romantismo no Brasil, Castro Alves transitou entre o lirismo amoroso e temas sociais. Apesar de uma visão da África e dos africanos marcada por esteriótipos europeus e colonialistas, ele criou poemas contão.undentes contra a escravid 

Biografia

Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847, no interior da Bahia. Foi cuidado por uma escrava mucama, cujo filho viria a ser seu pajem na vida adulta. A família se mudou para Salvador, onde Alves prestou o curso primário, quando começou a escrever os primeiros versos. Sua mão faleceu quando ele tinha 12 anos. O pai se casou com uma vizinha viúva, cuja renda havia sido construída pelo comércio de escravos. Alves embarcou para Recife, em Pernambuco, a fim de concluir o curso preparatótio, ingressando na Faculdade de Direito em 1864, onde conheceu Tobias Barreto e José Bonifácio. O pai faleceu em 1866, e o sustento de Alves passou a depender da madrasta. Começou um relacionamento amoroso com atriz portuguesa Eugênia Câmara, dez anos mais velha, com quem se transferiu para o sudeste, onde continuou com os estudos na Faculdade de Direito de São Paulo. O relacionamento não durou muito. A descarga acidental de uma espingarda feriu-lhe o pé durante uma caçada, levando à amputação. Tuberculoso, seu quadro de saúde se deteriorou, obrigando-o a retornar ao interior da Bahia em busca de melhora. Publicou seu único livro de poesia, 'Espumas Flutuantes', em 1970. Um ano depois, em 1871, morreu em Salvador, aos 24 anos.

Obras e poemas

A única obra publicada em vida foi 'Espumas Flutuantes' (1870), reunindo poesias de temática amorosa e algumas em que onde se revela uma preocupação social. Entre as obras póstumas, estão 'Os Escravos' (1883), coletânea inacabada sobre o tema da escravidão, 'A Cachoeira de Paulo Afonso' (1876), poema narrativo que mescla lirismo e crítica social, e 'Hinos do Equador' (1921), com textos políticos e patrióticos.

Poemas de 'Espumas Flutuantes' (1870)

Poemas de 'Os Escravos' (1883)

Para consultar

Edições digitais de suas obras estão disponíveis em:
Para aprofundar o estudo sobre Castro Alves:

Almeida, Nelson Abel de. Aspectos de Castro Alves. Revista de História, São Paulo, v. 44, n. 89, p. 3–14, 1972. 
Barbosa, E. S. (2019). A Relação Sons e Temas no poema Vozes d'África de Castro Alves: Uma Abordagem Estilística. Novas Edições Acadêmicas. Em: Volpato, A. N (Org.). Linguagens, Literatura e Língua Estrangeira: Didática e suas Percepções. Uniedusul Editor, 110-126, 2021.
de Oliveira Faria, M. A. (1971). Itinerário Mussetiano na Poesia de Castro Alves. ALFA: Revista de Linguística, 17.
Esposte, C. T. F., da Silva, E. C. F. F., de Brito Venancio, V. M., Pirozi, A. A., & Fófano, C. S. A. (2018). Denúncia social escravocrata em ''Navio Negreiro", de Castro Alves. Revista Philologus, Ano 24, N° 72.
Matias Dourado, S. Castro Alves: um poeta sempre jovem: abolição e imagens da África. Afro-Ásia, Salvador, n. 70, p. 549–565, 2025.
Silva, L. (1998). Castro, ouves a poesia negra?. Scripta, 2(2), 190-197.
Silva, D. C. V., Ribeiro, D. C. M., Júnior, E. S. R., & Moraes, I. L. (2017). Amor e morte e seu impulso para a criação nos poemas românticos "Mocidade e morte", de Castro Alves, e "O corvo", de Allan Poe. Cadernos CESPUC De Pesquisa Série Ensaios, (17), 55–74.