Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida, poeta da transição parnasianismo/ modernismo brasileiro.

Guilherme de Almeida


Figura marcante da cultura paulista, Guilherme de Almeida ilustra a transição da literatura brasileira na primeira metade do século XX, do parnasianismo e simbolismo para o modernismo.

Biografia

Guilherme de Andrade e Almeida nasceu em Campinas, São Paulo, em 24 de julho de 1890. Passou a infância no interior (Limeira, Araras e Rio Claro) e ingressou no ginásio em Campinas, concluindo os estudos secundários já na capital, para onde a família se mudou.

Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco em 1912 e, após breve atuação como promotor público e no escritório do pai, que era jurista e professor, dedicou-se intensamente ao jornalismo e à literatura. Trabalhou em diversos jornais e revistas (foi redator de "O Estado de S. Paulo", diretor da "Folha da Manhã" e da "Folha da Noite", entre outros) e inaugurou no país uma das primeiras colunas de crítica de cinema, além de se destacar como tradutor e ensaísta.

Publicou o primeiro livro de poesia, "Nós", em 1917, de matiz ainda romântica. Nos anos seguintes, envolveu-se com Mário e Oswald de Andrade, transitando para o modernismo. Participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922 e foi um dos organizadores da revista Klaxon, porta-voz do movimento.

Seus principais livros modernistas saíram entre 1922 e 1925, e, a partir daí, percorreu o país divulgando a poesia moderna por meio de conferências e artigos. Quando da instituição do governo provisório de Getúlio Vargas, em 1932, alistou-se como combatente na Revolução Constitucionalista de São Paulo. Foi preso e exilado em Portugal até o término do conflito, retornando ao país em 1933.

Nomeado membro da Academia Brasileira de Letras (cadeira n.º 15) em 1930, consolidou carreira pública e literária. Escreveu hinos e poemas civis - entre eles o poema "Nossa Bandeira" e letras oficiais adotadas em São Paulo - e traduziu numerosas obras. Produziu vasta obra em poesia, prosa e teatro. Atuou no jornalismo até o fim da vida. Guilherme faleceu em São Paulo em 11 de julho de 1969, aos 79 anos.

Obras e poemas 

Do livro 'Meu', 1925

Para consultar

Para aprofundar o estudo sobre Guilherme de Almeida:

Busato, S. A lírica do olhar na poesia de Guilherme de Almeida. Revista Re-Produção.
de Azevedo, G. L. (2020). Paulicéia melancólica: contradições nas representações da metrópole na poesia do início do modernismo brasileiro. Anais do VI Seminário do Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira - FFLCH-USP, São Paulo.
de Azevedo, G. L. (2021). NON DVRCO, DVCO: Metrópole, o discurso da civilização e o “paulistanismo” na poesia de Guilherme de Almeida. Anais do Seminário do Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira.
de Vargas Giorgi, A. (2024). Guilherme, Oswald e o clichê. Jangada: Crítica | Literatura | Artes, 12(1),
Marques, F. (2011). Guilherme de Almeida e o lugar do haicai na poesia brasileira. Revista Leitura, [S. l.], v. 1, n. 45, p. 39–69.
Infante, U. (2011). A poesia de Guilherme de Almeida: de tradição e silêncio. Agália, 103, 77-110.
Parron, T. O poder da metáfora no jovem Guilherme de Almeida. Revista Re-Produção.