Vicente de Carvalho

Vicente de Carvalho, poeta do parnasianismo brasileiro.

Vicente de Carvalho

Abordando temas como o amor, a morte, o mar, Vicente de Carvalho foi um dos poetas do parnasianismo.

Biografia

Vicente Augusto de Carvalho nasceu em Santos, em 5 de abril de 1866, filho de Higino José Botelho de Carvalho e de Augusta Carolina Bueno (descendente de Amador Bueno). Cursou o primário em Santos e, aos 12 anos, seguiu para São Paulo, entrando no Colégio Mamede e, depois, no Seminário Episcopal e no curso preparatório do Colégio Norton. Em 1882, matriculou-se na Faculdade de Direito. Quando formou-se, em 1886, começou uma carreira como jornalista.

Desde muito jovem dedicou-se ao jornalismo e à poesia. Publicou o primeiro livro, "Ardentias", em 1885, obra que inaugura sua produção lírica e que viria a ser reunida com outros volumes nas edições posteriores (por exemplo, "Versos da Mocidade"). Ao longo da vida publicou títulos como "Relicário" (1888), "Rosa, rosa de amor" (1902) e "Poemas e Canções" (1908), obra que consolidou sua reputação entre os poetas parnasianos brasileiros. É frequentemente lembrado como o poeta do mar, tema recorrente e simbólico em sua obra.

Politicamente, foi abolicionista e republicano ativo. Militou na imprensa local e nacional defendendo essas causas. Entrou também na vida pública e no comércio - sendo proprietário de uma fazenda de café em Franca - atividade em que, com a queda dos preços do café, fracassou. De volta a Santos em 1901, retomou a prática da advocacia. Posteriormente consolidou carreira no serviço público e no Judiciário. Foi nomeado, em 1908, juiz em São Paulo e, mais tarde, ministro do Tribunal de Justiça do Estado. Também exerceu mandatos políticos, tendo sido deputado estadual.

Casou-se com Ermelinda Ferreira de Mesquita (irmã do jornalista Júlio de Mesquita) e teve numerosa prole - a bibliografia registra dezesseis filhos, entre eles Vicentina, que seguiu também atividade literária. Além da criação poética, Vicente manteve atuação contínua como jornalista e cronista em diversos periódicos, colaborando com títulos de Santos e de São Paulo e assinando textos que lhe garantiram visibilidade pública. Faleceu em Santos aos 58 anos, em 22 de abril de 1924.

Obras e poemas

Do livro 'Poemas e Canções', 1908

Para consultar

Edições digitais de suas obras estão disponíveis na Biblioteca Brasiliana USP.

Para aprofundar o estudo sobre Vicente de Carvalho:

dos Santos, F. M. (1979). Histórico da imprensa santista (1848-1936). Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, (Tomo XXIX), 65-78.
Kimori, L. R. B. (2013). Leituras de um poeta-aprendiz. Manuscrítica: Revista de Crítica Genética, (25), 122-131.
Martins, A. L. (1999). Vicente de Carvalho: poeta do mar e cidadão da república. Revista USP, (41), 134-151.
Tulik, O. (1982). Catraias e catraieiros de Vicente de Carvalho. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, (Tomo XXXI), 257-265.