Gregório de Matos
Gregório de Matos
Gregório de Matos e Guerra (1636–1695), conhecido como “Boca do Inferno”, foi o principal poeta do período Barroco no Brasil. Sua obra, marcada por sátiras, líricas amorosas e poesias religiosas, oferece um retrato da sociedade baiana do século XVII.
Curta biografia
Nascido em Salvador, na época capital do Brasil, Gregório pertencia a uma família abastada. Estudou no Colégio dos Jesuítas e formou-se em Direito Canônico pela Universidade de Coimbra. Após atuar como advogado e ocupar cargos públicos em Portugal, retornou ao Brasil, assumindo funções eclesiásticas na Bahia, mas foi deposto por não completar as ordens eclesiásticas. Sua postura crítica e versos satíricos lhe renderam inimizades, levando à sua expulsão de Salvador e exílio em Luanda. De lá retornou para Recife, onde faleceu em 1695.
Obras e poemas
Gregório de Matos nada publicou durante a vida. Seus poemas circulavam oralmente ou em manuscritos.
Poemas
A uma mulata | A Antonia | Redargue | Julga | À uma moça chamada Tereza | À sogra de Gonçalo Dias | À duas moças pardas | À uma moça por nome Bárbara | A umas moças | No Boqueirão | Ao braço forte | Verdades | Reprovações | Benze-se | No dia em que fazia anos dona ângela | Aos principais da Bahia chamados caramurus | A certo homem que afetava fidalguia por enganosos meios | A um sujeito que lhe mandou um peru cego e doente | A outra dama que gostava de o ver mijar | Despedida a uma dama que se ausentava | É meu damo tanto meu | Pondera com mais atenção a formosura de d. ângela | Admirável expressão de amor | Décima | A um livreiro que comeu um canteiro de alfaces | A uma dama que lhe pediu um craveiro | Novas do mundo | A morte de Afonso Barboza da Franco | Disparates na língua brasílica | As mulatas do Brasil bailam o paturi | Festejo do Entrudo | Sem título | Uma graciosa mulata filha de Ouiba | Queria primeiro se lavar | Desdéns seguem como sombras | Coração, que em pretender | Chora um bem perdido | A inconstância dos bens do mundo | Tentado a viver na solidão | Foi esta dama vista pelo poeta certa manhã | Ao dia do juízo | Ao mesmo assunto | E pois cronista sou | A certo frade na Vila de São Francisco | Ao padre Damaso com presunções de sábio e engenhoso | Ao Cura da Sé | Aos capitulares do seu tempo | A fome que houve na Bahia | Soneto | As coisas do mundo | À Bahia | À cidade da Bahia | A uma que lhe chamou Pica-Flor | Confusão do festejo do entrudo | Inconstância dos bens do mundo | 1º soneto a Mario dos Povos | A umas saudades
Para consultar
Edições digitais de suas obras estão disponíveis em:
Para aprofundar o estudo sobre Gregório de Matos:
ALVES, Francisco das Chagas Lima. “Gregório de Matos e o Barroco Brasileiro: A crítica literária revisitada”. Revista de Letras, v. 29, n. 1, 2007.
Araújo, Ruy Magalhães de. Bibliografia crítica de Gregório de Mattos e Guerra (atualizada). Soletras, Ano IV, N° 07, 2004.
da Silva, M. R. (2010). Gregório de Matos e a destituição da autoria sob a óptica de João Adolfo Hansen. Revista de Letras, 12(12).
da SILVA, F. L., & de OLIVEIRA, A. L. M. (2015). Uma forma fixamente aberta: Introdução ao gênero da “Época Gregório de Matos”. Texto Poético, 11(19), 11-40.
DANTAS, C. D. C., & VIEIRA, W. N. (2017). A Representação Feminina Na Poesia De Gregório De Matos. Festival Literário de Paulo Afonso, 3, 24-36.
Hansen, J. A. (1989). Positivo/Natural: sátira barroca e anatomia política. Estudos avançados, 3, 64-88.
HERNANDEZ, Leila. A poesia de Gregório de Matos como documento histórico e social. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, n. 44, 2014.
Machado, M. A. C. Gregório (s) de Matos: padrões de representá-lo (s) e ordens do discurso.