Júlia Cortines

Júlia Cortines, poeta do Parnasianismo brasileiro.

Júlia Cortines

Representante indispensável do parnasianismo, Júlia Cortines foi outra mulher que desafiou as regras sociais do seu tempo para abrir lugar à voz feminina na literatura brasileira.

Biografia

Maria Júlia Cortines Laxe nasceu em 12 de dezembro de 1868, em Rio Bonito, estado do Rio de Janeiro. Passou os primeiros anos de estudo na fazenda da avó, em Monte Azul, e em seguida cursou o Colégio Inglês de Niterói. Ainda jovem, viajou pela Europa; ao regressar ao Brasil, passou a colaborar no jornal "O País" com uma coluna intitulada “Através da Vida”. A partir dessas colaborações e de publicações esparsas em jornais e revistas do Rio e de São Paulo, consolidou sua presença no meio literário. 

Estreou em livro com "Versos" em 1894. Quase uma década depois, em 1905, publicou "Vibrações". Essas duas coletâneas são as obras líricas que a tornaram conhecida. A crítica do seu tempo (por exemplo, José Veríssimo) destacou nelas qualidades formais, inserindo Júlia entre os nomes significativos do parnasianismo. Mas também houve um olhar condescendente e marcadamente sexista em parte da crítica da época.

Tendo desenvolvido longa carreira no magistério, Júlia Cortines lecionou e formou gerações - entre seus alunos contam-se figuras como Lúcio Costa e Haroldo Valadão -, o que reforçou seu papel cultural para além da escrita poética. Sua poesia privilegia o cuidado formal, a musicalidade e imagens de temperamento muitas vezes introspectivo e melancólico.

Júlia faleceu no Rio de Janeiro em 1948. Sua obra, embora composta essencialmente desses dois volumes em livro, circulou amplamente em periódicos, e suas crônicas e textos de coluna contribuíram para a imagem da escritora como cronista da Belle Époque carioca.

Obras e poemas

Do livro 'Versos', 1894

Do livro 'Vibrações, 1905

Poema avulso - publicado em jornal

Para consultar

Edições digitais de suas obras estão disponíveis na Biblioteca Brasiliana USP e na Academia Brasileira de Letras.

Para aprofundar o estudo sobre Júlia Cortines:

da Silva, M. M., & da Cruz Vilela, J. (2019). Vozes de outrora: a poesia de autoria feminina no brasil do entresséculo (XIX/XX). IPOTESI–REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS, 23(1), 98-112.
Paixão, S. P. (1991). A liberdade na morte: Júlia Cortines. Travessia, (23), 198-208.
Sousa, A. S. (2024). Júlia Cortines e o parnasianismo. Revista de Letras Norte@ mentos, 17(47).