Gonçalves Dias
Gonçalves Dias
Biografia
Antônio Gonçalves Dias nasceu em 1823, no município de Caxias, Maranhão. Era filho de um comerciante português com uma mulher de ascendência indígena e africana. Após abandonar a mãe e se casar com outra mulher, o pai educou Gonçalves e o matriculou num curso de formação. Aos quinze anos, em 1838, após a morte do pai, e com o apoio da madrasta, mudou-se para Coimbra, Portugal, a fim de concluir os estudos. Matriculou-se na faculdade de direito, que, frente a problemas financeiros da família, conclui graças ao auxílio dos colegas. Durante o período em Coimbra, conheceu escritores portugueses e teve contato com a literatura de poetas românticos. Foi quando escreveu um dos mais célebres poemas brasileiros, a 'Canção do exílio'. Regressou ao Brasil em 1845, transferindo-se para o Rio de Janeiro no ano seguinte. Escreveu uma peça de teatro e seus dois primeiros livros de poesia. Foi nomeado professor de Latim e História do Colégio Pedro II em 1849, mesmo ano em que fundou, com Manuel de Araújo Porto-Alegre e Joaquim Manuel de Macedo, a revista 'Guanabara', para divulgar o Romantismo. Por volta de 1850, a um pedido de Dom Pedro II, realizou uma pesquisa comparativa entre os indígenas do Brasil e da Oceania. Como membro da Comissão Científica do Império, realizou expedições ao Ceará e ao Amazonas para coletar dados sobre línguas e costumes. Em 1851, não teve sucesso no pedido de casamento do seu grande amor, recusado pela mãe da mulher pretendida, de 14 anos. Casou-se, por conveniência, em 1852, união que geraria uma filha, falecida na primeira infância, e à qual pôs fim quatro anos depois. Gonçalves colaborou com jornais e revistas, atuou no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e trabalhou na Secretaria dos Negócios Estrangeiros do Brasil. Sua saúde era precária, pois trazia sequelas de enfermidades, incluindo malária, febre amarela e doenças venéreas. Debilitado por causa da tuberculose, Gonçalves partiu para tratamento na Europa em 1862, mas, depois de dois anos sem melhora significativa, decidiu voltar ao Brasil. O navio que o transportava naufragou na costa maranhense em 1864. Muito doente para deixar sua cabine, e esquecido pelos tripulantes, Gonçalves Dias foi o único passageiro a falecer, aos 41 anos.Obras e poemas
Do livro 'Primeiros Cantos' (1846)O orgulhoso | A escrava | Sofrimento | Pedido | Seus olhos | Desejo | Canção do exílio
Do livro 'Segundos Cantos' (1848)
Mimosa e bela | Lira | Consolação nas lágrimas
Do livro 'Últimos Cantos' (1851)
Os beijos | Amanhã | O que mais dói na vida | Urge o tempo | Canção do Tamoio
Do livro 'Cantos' (1857, edição reunida)
Do livro 'Poesias' - obra póstuma (1870)
Minha terra | Seu nome (imitação) | Trecho de Se te amo, não sei! | A vida | Trecho de voltas e motes glosados | A tempestade | O amor
Para consultar|
Edições digitais de suas obras estão disponíveis em:
de Oliveira, A. P. A utopia indianista de Gonçalves Dias. DLCV (4) 1, 141-155.
dos Santos Santana, L., & Ramalho, C. B. (2021). Os Timbiras (1857), de Gonçalves Dias: recursos épicos, invocação e anacronismo. Cadernos da FUCAMP, 20(45).
Giron, L. A. (2011). O etnógrafo enfarinhado: Gonçalves Dias na guerra contra o entrudo. MÉTIS: HISTÓRIA & CULTURA, 1(1).
Grizoste, W. F. (2023). Coimbra das Canções. Maldita e aporrinhada: Gonçalves Dias em Coimbra. Letrônica, 16(1), e41481.
Kodama, K. . (2007). O Tupi e o sabiá: Gonçalves Dias e a etnografia do IHGB em Brasil e Oceania. Fênix - Revista De História E Estudos Culturais, 4(3), 1–14.
Lima, R. R. (2014). Representações de exílio e nacionalismo em Gonçalves Dias. Nau Literária 10(2).
Lima, R. R. (2020). As Paisagens da Ausência no Diálogo Epistolar entre Gonçalves Dias e Teófilo Leal. Revista Interdisciplinar Em Cultura E Sociedade, 63–78.
Lotufo, M. F. (2025). Relendo a "Canção do Exílio". Cadernos do IL, [S. l.], n. 68, p. 56–80
Machado, R. M. C., Barroso, S. L., & Almeida, R. V. D. (2010). A construção da cultura literária brasileira: Gonçalves Dias, o consolidador da identidade nacional na literatura do Brasil. Contemporâneos: Revista de Artes e Humanidades, (5), 19-29.
Marques, W. J. (2010). Gonçalves Dias: o poeta na contramão. Literatura e escravidão no romantismo brasileiro. São Carlos: EdUFSCAR.
Marques, W. J. (2013). Gonçalves Dias, a escravidão e o tapete levantado. Teresa: Revista De Literatura Brasileira, 12-13, 469-482.
Medeiros, M. C. (2011). “I-Juca Pirama”: o poema-diorama de Gonçalves Dias. Travessias, 5(1), 374-382.
Molina, D. A. (2016). A Meditação de Gonçalves Dias. A natureza dos males brasileiros. Estudos Avançados, 30, 235-252.
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Souza, R. A. D. (2020). Os timbiras: o poema que podia ter sido e que não foi. Revista Brasileira de Literatura Comparada, 22, 56-72.
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Pinto, C. C. (2022). Pátria imaginada: nacionalismo, raça e direitos humanos em “Meditação” de Gonçalves Dias. Nau Literária, Volume 18, n. 1.