Augusto Frederico Schmidt

Augusto Frederico Schmidt, poeta da segunda geração do modernismo.

Augusto Frederico Schmidt


Augusto Frederico Schmidt foi, além de poeta, homem de negócios e editor, lançando vários importantes autores brasileiros.

Biografia

Augusto nasceu numa abastada família de comerciantes do Rio de Janeiro em 1906. Seus pais contraíram tuberculose e, após tentativas de tratamento numa estação de águas, venderam o comércio e se mudaram, em 1912, para a Suíça. O navio em que viajavam manteve as luzes apagadas, pois se estava às vésperas da Primeira Grande Guerra.

Sob os cuidados de uma babá, Augusto e as irmãs foram matriculados no colégio Champ-Soleil, em Lausanne, enquanto os pais se internaram num sanatório em Territet. Seu pai acabou falecendo de tuberculose. Com a fortuna dilapidada pelas circunstâncias, a família se viu obrigada a retornar ao Rio de Janeiro, morando na casa dos avós maternos.

Schmidt passou por diversos colégios da capital e de Juiz de Fora, mas aos 14 anos largou os estudos para trabalhar como ajudante de caixeiro, contribuindo para a renda familiar. Ainda jovem, cultivou o gosto pela literatura e pela escrita, frequentando livrarias e cafés, onde conheceu um círculo de escritores e artistas cariocas.

Sua mãe morreu, vítima de tuberculose, quando tinha 16 anos. Em 1924, decidiu tentar a sorte em São Paulo, onde obteve emprego numa firma vendedora de álcool e cachaça. Nesse período, conheceu escritores ligados ao modernismo e aprofundou seu interesse literário. Em seguida, arrumou emprego num negócio de madeira no interior do Paraná.

Em 1928, mudou-se para Nova Iguaçu, onde assumiu o cargo de gerente numa serraria, mas logo voltou ao Rio de Janeiro, para trabalhar na Livraria Católica, alinhando-se a um cristianismo conservador. Nesse mesmo ano, publicou o primeiro livro de poesia.

Em 1930, fundou a Editora Schmidt e, pouco tempo depois, a Livraria Schmidt, que se tornaria ponto de encontro de escritores e artistas. A editora publicou uma série de escritores inéditos, entre eles Jorge Amado, Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz. Augusto escrevia regularmente para jornais do Rio de Janeiro, primeiro para o "Correio da Manhã", depois para "O Globo", aproximando-se da família Marinho.

Vendeu sua editora em 1936, quando havia iniciado outros negócios, ano em que se casou, união que não gerou filhos. A partir daí, expandiu seus negócios, fazendo fortuna em sua carreira empresarial, que incluiu participações em diversas empresas, entre elas uma de seguros, uma de aviação e uma rede de supermercados. Em 1940, tomou posse como presidente do Clube de Regatas do Botafogo.

No início dos anos 1950, estabeleceu laços com o então político Juscelino Kubitschek. Em 1953, participou da inauguração do túmulo do poeta Alphonsus de Guimaraens em Mariana (MG), e desde então colaborou com discursos e textos para o governo de JK.

Ao final da vida, em defesa de seus interesses empresariais, envolveu-se em organizações empresariais e entidades que dariam suporte à deposição de João Goulart e à instalação da ditadura militar de 1964. Vítima de um ataque cardíaco fulminante, morreu no ano seguinte, aos 58 anos de idade.

Obras

Do livro '50 poemas escolhidos pelo autor', 1957

Do livro 'Poesia completa: 1928-1965', 1995

Para consultar

Outras informações sobre Augusto Frederico Schmidt estão disponíveis em Fundação Yedda & Augusto Frederico Schmidt.

Para aprofundar o estudo sobre Augusto Frederico Schmidt:

Faria, D. (2007). Quando o busto silencia o herói: a homenagem e a citação como formas de silenciamento. Brasil, 1943. ANPUH – XXIV Simpósio nacional de História.
Fernandes, P. (2018). Poesia e golpe no Brasil, 1964 e 2016. Revista Cão Celeste, 12, 101-114.
Maciel, S. D., & de Medeiros, A. V. R. (2022). As memórias antes do tempo acelerado. Revista ECOS, 33(2), 115-134.
Neto, P. B. (2013). Memórias como articulação entre literatura e história: o caso JK. Miscelânea: Revista de Literatura e Vida Social, 13, 181-201.
Rodrigues, L. G. (2017). eu estou cada vez menos sabendo o que é o Brasil. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, (67), 243-248.
Santos, J. (2007). A poesia-prece de Augusto Frederico Schmidt. Cadernos do IL, (35).
Santos, J. (2007). Augusto Frederico Schmidt e sua poética da morte. Nau Literária.