Ronald de Carvalho

Ronald de Carvalho, poeta da primeira geração do modernismo brasileiro.

Ronald de Carvalho


Ronald de Carvalho foi poeta, ensaísta e diplomata, contribuindo para o movimento modernista do Rio de Janeiro no início do século vinte.

Biografia

Ronald Arthur Paula e Silva de Carvalho nasceu no Rio de Janeiro, em 1893, filho de um engenheiro naval que participou da Revolta da Armada contra o governo de Floriano Peixoto. Derrotado o movimento em 1894, vários revoltosos foram executados, e Ronald ficou órfão de pai ainda criança. Cursou os estudos primário e secundário no Rio de Janeiro. Em 1908, matriculou-se na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais, onde se formou em 1912. Durante esse período, iniciou sua carreira na imprensa, escrevendo para o "Diário de Notícias" e colaborando também com outras publicações, como "A Rua" e "A Imprensa".

Publicou, em 1913, seu primeiro livro de poesias, "Luz Gloriosa", então ainda marcado por influências simbolistas e parnasianas. No mesmo ano, viajou para Paris, com passagem por Lisboa, onde teve contato com escritores e poetas portugueses ligados a movimentos de renovação estética, como o grupo da revista "Orpheu". Contribuiu para diversas revistas literárias locais, aproximando-se das discussões sobre modernidade artística.

De volta ao Brasil, casou-se e ingressou na carreira diplomática pelo Itamaraty. Em 1919, publicou seu primeiro livro de poesia modernista, "Poemas e Sonetos". Envolveu-se com escritores do movimento modernista tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo e participou da Semana de Arte Moderna, em 1922, como conferencista e crítico, sendo uma das vozes de articulação entre modernistas paulistas e cariocas.

Nos quatro anos seguintes, realizou inúmeras viagens diplomáticas por países das Américas, integrando comissões culturais e políticas interamericanas. Nomeado secretário da embaixada brasileira em Paris, mudou-se para a capital francesa em 1932, com uma breve passagem pela Holanda. Em 1934, retornou ao Brasil, quando passou a exercer cargos públicos, tornando-se Secretário do Chefe do Governo Provisório e, em seguida, Chefe da Casa Civil da Presidência da República, no governo de Getúlio Vargas.

Em 1935, aos 41 anos de idade, morreu após um grave acidente de carro no centro do Rio de Janeiro.

Obras e poemas

Do livro 'Poemas e sonetos', 1919

Do livro 'Epigramas Irônicos e Sentimentais', 1922

Do livro 'Jogos Pueris', 1926

Do livro 'Toda a América', 1926

Para consultar

Edições digitais de suas obras estão disponíveis na Biblioteca Brasiliana USP.

Para aprofundar o estudo sobre Ronald de Carvalho:

Botelho, A. (2005). Circulação de idéias e construção nacional: Ronald de Carvalho no Itamaraty. Revista Estudos Históricos, 1(35), 69-97.
Botelho, A. (2011). A Pequena história da literatura Brasileira: provocação ao modernismo. Tempo Social, 23, 135-161.
Carmina Marques, F., & Pizarro, J. (2024). Poemas em cinza e ouro: O itinerário português de Ronald de Carvalho. Pessoa Plural, (26).
de Abreu, M. M. (2007). Do ensaio à história literária: o percurso intelectual de Ronald de Carvalho. Remate de Males, 27(2), 265-275.
de Abreu, M. M. (2016). Cartas e polêmicas: Ronald de Carvalho e as questões modernistas. Publicado em: A Arte da Comparação, ed. Jorge Coli e Miriam Gárate, Campinas, Editora Unicamp.
de Abreu, M. M. (2018). Um mosaico textual: a correspondência de Ronald de Carvalho a Mário de Andrade. O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 27(1), 97-118.
Gagliardi, L. R. (2022). História Literária antes de 1922, o caso de Ronald de Carvalho. Literatura e Sociedade, 27(36), 89-121.
Lopes, A. R., & Jacobs, W. D. (1953). Ronald De Carvalho. Revista Iberoamericana, 18(36), 391-399.
Martins, C. M. Ronald de Carvalho.
Perrone, C. A. (2013). A poética da criação novo-mundista em Toda a América. Artcultura: Revista de História, Cultura e Arte, 15(27), 71-84.
Ramalho, C. B., & de Jesus Santos, É. (2018). O feminino em Toda a América (1926), de Ronadl de Carvalho. Travessias Interativas, (15), 166-178.
Rivron, V. (2011). Genealogia intelectual ou mito de origem? Ronald de Carvalho e a história literária do ensaio ao clássico. Revista Antropolítica. Niterói, UFF, (30), 73-95.
Sá, D. M. D. (2007). O modernismo passadista de Ronald de Carvalho. Hist. cienc. saude-Manguinhos 14 (3).