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Poema de Jorge de Lima
E que grande paz neste oceano de hoje
Que íris, que amizade continente.
Entre nereida e anêmona não se ouve
a linguagem que afasta gente e gente.
Entre quem dorme aqui e no outro polo houve
uma comunidade permanente.
Os contemplados e serenos rostos
olham-se com um olhar preexistente.
Um candelabro em pêndulo constante
ritma a sina dos cabos bojadores.
E são âncoras na água em maré cheia
e são bússolas de um igual instante
marcando calmarias e torpores.
e marujos parados de alma alheia.
Fonte: "Obra Poética", Editora Getulio Costa, 1949.
Originalmente publicado em: "Livros de Sonetos", Livros de Portugal S. A, 1949.