Poema do nadador

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Poema de Jorge de Lima



A água é falsa, a água é boa.
Nada, nadador!
A água é mansa, a água é doida,
aqui é fria, ali é morna,
a água é fêmea.
Nada, nadador!
A água sobe, a água desce,
a água é mansa, a água é doida.
Nada, nadador!
A água te lambe, a água te abraça
a água te leva, a água te mata.
Nada, nadador!
Senão, que restará de ti, nadador?
Nada, nadador.



Fonte: "Novos poemas; Poemas escolhidos; Poemas negros", Editora Lacerda, 1997.
Originalmente publicado em: "Poemas Escolhidos", 1932.



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