Poema XX, Canto Segundo
Poema de Jorge de Lima
E a bela natureza com seus ouros,
relembranças incertas, noviciados,
fagotes bifurcados e barrocos.
Quereis pleonasmos, grandes beija-flores?
Tereis de pré-memórias e pecados,
tereis dessas palavras mas não loucas.
Mas contra-sensos soltos vos são dados,
filhos de ventanias, verdadeiros,
idas e vindas, filhos de outros filhos.
Só vejo referências e sigilos,
que o mais é necessário esclarecer
em meio aos sedimentos desse breu.
E é preciso dar fomes a esses trigos,
ensinar os casuais a acontecer,
cantar de cantos como um novo Orfeu.
Fonte: "Invenção de Orfeu", Tecnoprint Gráfica, 1967.
Originalmente publicado em: "Invenção de Orfeu", Livros de Portugal S. A, 1952.
ensinar os casuais a acontecer,
cantar de cantos como um novo Orfeu.
Fonte: "Invenção de Orfeu", Tecnoprint Gráfica, 1967.
Originalmente publicado em: "Invenção de Orfeu", Livros de Portugal S. A, 1952.