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Poema de Mário de Andrade



Vaga um céu indeciso entre nuvens cansadas.
Onde está o insofrido? O mal das almas
Quase parece um bem na linha das calçadas,
A palavra se inutiliza em brisas calmas

De andantes, onde estou! No entanto é dia claro...
Toda forma de ação se esvai numa atonia,
Há desamparo e aceitação do desamparo.

- Essa história de amar quando começa o dia...




Fonte: "Poesia completa", Editora Itatiaia, 1987.
Originalmente publicado em: "Lira Paulistana", 1945.