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Poema de Mário de Andrade
Nega em teu ser primário a insistência das coisas,
Me livra do caminho.
Colho mancheias de meus olhares,
Meu pensamento assombra mundos novos,
E eu desejava estar contigo...
Há vida por demais neste silêncio nosso!
Eu próprio exalo fluidos leves
Que condensam-se em torno...
Me sinto fatigantemente eterno!
Ah, meu amor,
Não é minha amplidão que me desencaminha,
Mas a virtuosidade...
Fonte: "Poesia completa", Editora Itatiaia, 1987.
Originalmente publicado em: "Remate de males", 1930.