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Poema de Júlia Cortines



Não, tu não és, nem foste alma gêmea da minha.
Reverberando o azul que o largo céu continha,
Foi tua alma falaz e putrefata a vasa
A que, douda, desci a branca ponta da asa
De minha alma, que após, num voo, espavorida,
Rompe os ares, e vai, de surpresa aturdida,
Semimorta de dor, e arfante de cansaço,
Em demanda de luz, de silêncio, e de espaço...



Fonte: "Versos; Vibrações", Academia Brasileira de Letras, 2010.
Originalmente publicado em: "Versos", Tipografia Leuzinger, 1894.


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