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Poema de Ildefonsa Laura César



Se há quem triste não chore
O Bem que longe deixou,
Eu pranteio a cada o hora
O meu, que ausente ficou.

Batida da Sorte avessa,
Que vale a ela imprecar?
Contra mim vejo a tirana
Mais e mais se exasperar!

O coração ansioso
sossego não pode ter.
Não; que longe do seu Bem
É doloroso viver.

Se tudo que vive, ama,
Porque pois é crime amar?
Amor firme, amor constante
Não, não posso desprezar.

Minha suprema ventura,
Meu gosto pus em querer-te;
Nem um só dia, meu Bem,
Hei de poder esquecer-te.



Fonte: "Ensaios Poéticos", Tipografia Epifânio J. Pedroza, 1844.
Originalmente publicado em: "Ensaios Poéticos", Tipografia Epifânio J. Pedroza, 1844.

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