Para sempre

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Poema de Cruz e Souza



Ah! para sempre! para sempre! Agora
Não nos separaremos nem um dia...
Nunca mais, nunca mais, nesta harmonia
Das nossas almas de divina aurora.

A voz do céu pode vibrar sonora
Ou do Inferno a sinistra sinfonia,
Que num fundo de astral melancolia
Minha alma com a tua alma goza e chora.

Para sempre está feito o augusto pacto!
Cegos seremos do celeste fado,
Do sonho envoltos na estrelada rede.

E perdidas, perdidas no infinito
As nossas almas, no clarão bendito,
Hão de enfim saciar toda esta sede..



Fonte: "Últimos sonetos", Aillaud & Cia , 1905.
Originalmente publicado em: "Últimos sonetos", Aillaud & Cia , 1905.

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