Caveira
Poema de Cruz e Souza
I
Olhos que foram olhos, dois buracos
Agora, fundos, no ondular da poeira...
Nem negros, nem azuis e nem opacos.
Caveira!
II
Nariz de linhas, correções audazes,
De expressão aquilina e feiticeira,
Onde os olfatos virginais, falazes?!
Caveira! Caveira!!
III
Boca de dentes límpidos e finos,
De curva leve, original, ligeira,
Que é feito dos teus risos cristalinos?
Caveira! Caveira!! Caveira!!!
Fonte: "Faróis", Laemmert & Cia Livraria, 1900.
Originalmente publicado em: "Faróis", Laemmert & Cia Livraria, 1900.