Conciliação

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Poema de Cruz e Souza



Se essa angústia de amor te crucifica,
Não és da dor um simples fugitivo:
Ela marcou-te com o sinete vivo
Da sua estranha majestade rica.

És sempre o assinalado ideal que fica
Sorrindo e contemplando o céu altivo;
Dos compassivos és o compassivo,
Na transfiguração que glorifica.

Nunca mais de tremer terás direito..
Da Natureza todo o amor perfeito
Adorarás, venerarás contrito.

Ah! basta encher, eternamente basta
Encher, encher toda esta esfera vasta
Da convulsão do teu soluço aflito!



Fonte: "Últimos sonetos", Aillaud & Cia , 1905.
Originalmente publicado em: "Últimos sonetos", Aillaud & Cia , 1905.

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