Não deixes

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 Poema de Augusto Frederico Schmidt



Não deixes de beber.
Quero que bebas muito.
Quero-te bêbada e confusa,
As tranças desfeitas.

Quero-te bêbada,
Áspera, natural,
As mãos doidas,
Quero-te assim
Como não és mais,
Quero redescobrir
Em ti, na que és hoje,
Prevenida e triste,
O mesmo riso de outrora,
O teu claro riso
Inocente e mau de outrora.



Fonte: "50 poemas escolhidos pelo autor", Cadernos de Cultura/ME, 1957.

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