Serenidade

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Poema de Ronald de Carvalho



Choveu. A tarde desce; rota,
Uma palma pende no poente.
Das folhas tomba, lentamente,
Um resto de água, gota a gota.
O campo, ao longe, em fumos brilha;
Sobe do fundo das estradas
Um perfume de ervas molhadas,
De canela, cravo e baunilha.


No ar transparente as andorinhas
Voam, revoam; dentre as vinhas
Tremem redondos cachos de uva
Enquanto o sol, pálido e louro,
Vai misturando os raios de ouro
Aos pingos de prata da chuva.



Fonte: "Poemas e sonetos", Leite Ribeiro & Mourillo, 1919.
Originalmente publicado em: "Poemas e sonetos", Leite Ribeiro & Mourillo, 1919.






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