Maxixe
Poema de Guilherme de Almeida
O chocalho dos sapos coaxa
como um caracaxá rachado. Tudo mexe.
Um vento frouxo enlaça uma nuvem baixa
fofa. E desce com ela, desce.
E não a deixa, e puxa-a como uma faixa
e espicha-a e enrolam-se. E o feixe rola
e rebola como uma bola
na luz roxa
da tarde ôca
boba
chôca.
Fonte: "Toda a poesia", Livraria Martins, 1955.
Originalmente publicado em: "Meu", Tipografia José Napoli & Cia, 1925.