A cavalgada


Poema de Raimundo Correa



A lua banha a solitária estrada.
Silêncio!... mas além, flébil e brando,
O som longínquo vem se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala e move-se e estremece,
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida e sem macula e alvacenta
A lua a estrada solitária banha...



Fonte: "Sinfonias", Livraria editora de Faro & Lino, 1883.
Originalmente publicado em: "Sinfonias", Livraria editora de Faro & Lino, 1883.


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