* - Alvarenga Peixoto

Alvarenga Peixoto - poeta do Arcadismo brasileiro

Poema de Alvarenga Peixoto



Ao mundo esconde o Sol seus resplandores,
E a mão da noite embrulha os horizontes,
Não cantam aves, não murmuram fontes,
Não fala Pã na boca dos Pastores.
Atam as Ninfas em lugar de flores
Mortais Ciprestes sobre as tristes frontes,
Erram chorando nos desertos montes
Sem Arcos, sem Aljavas os Amores.

Vênus, Palas, e as filhas da memória
Deixando os grandes Templos esquecidos
Não se lembram d’Altares, nem de glória:
Andam os Elementos confundidos,
Ah Jônia, Jônia, dia de vitória
Sempre o mais triste foi para os vencidos!




Fonte: "Obras Poéticas de Alvarenga Peixoto", Ateliê Editorial, 2020.
Originalmente publicado em: dispersos em obras como "Parnaso Brasileiro", "Novo Parnaso Brasileiro", "Miscelânea Poética", "Jornal Poético" e "Coleção de poesias", entre 1809 e 1855.