* - Alvarenga Peixoto
Poema de Alvarenga Peixoto
De açucenas, e rosas misturadas
Não s’adornam as vossas faces belas,
Nem as formosas tranças são daquelas
Que dos raios do Sol foram forjadas.
As meninas dos olhos delicadas
Verde, preto, ou azul não brilha nelas,
Mas o Autor sob’rano das estrelas
Nenhuma fez a elas comparadas.
Ah Jônia as açucenas, e as rosas,
A cor dos olhos, e as tranças d’oiro
Podem fazer mil Ninfas melindrosas:
Porém quanto é caduco esse tesoiro!
Vos sofra a sorte toda das formosas,
Inda ostentais na sábia frente o loiro.
Fonte: "Obras Poéticas de Alvarenga Peixoto", Ateliê Editorial, 2020.
Originalmente publicado em: dispersos em obras como "Parnaso Brasileiro", "Novo Parnaso Brasileiro", "Miscelânea Poética", "Jornal Poético" e "Coleção de poesias", entre 1809 e 1855.