Francisco Pereira Coutinho

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Poema de Myriam Fraga



Assim o olho fidalgo
De turva cor se exaure
E a roupagem.

O fracasso é a
Lavra deste chão
Doado,

Um lagar de puro
Ócio
Sobre a fome
De não dar.

Aqui jogou sua vida
Que ganhou
E foi perdida.

Aqui plantou seu destino,
Um dente branco
Canino
Duas presas minerais.

Nos quatro cantos
Do tempo
Plantou sua solidão.

Agora move o silêncio,
Cultiva seus edifícios
De pó e vento.

Aqui plantou seu destino,
Plantou os dentes
Da morte
Com os dedos de
Sua mão.

Mil léguas de sesmaria
Roendo os ossos no chão.




Fonte: "Poesia reunida", Oiti, 2021.
Originalmente publicado em: "Sesmarias", Imprensa Oficial da Bahia, 1969.