Toante
Poema de Manuel Bandeira
Molha em teu pranto de aurora as minhas mãos pálidas.
Molha-as. Assim eu as quero levar à boca,
Em espírito de humildade, como um cálice
De penitência em que a minh'alma se faz boa...
Foi assim que Teresa de Jesus amou...
Molha em teu pranto de aurora as minhas mãos pálidas.
O espasmo é como um êxtase religioso...
E o teu amor tem o sabor das tuas lágrimas...
Fonte: "Antologia Poética", Editora Nova Fronteira, 2001.
Originalmente publicado em: "Carnaval", 1919.