Ciúme
Poema de Gilka Machado
A que buscas em mim, que vive em meio
de nós, e nos unindo nos separa,
não sei bem aonde vai, de onde me veio,
trago-a no sangue assim como uma tara.
Dou-te a carne que sou, mas teu anseio
fora possui-la, à espiritual, à rara,
essa que tem o olhar ao mundo alheio,
essa que tão somente astros encara.
Porque não sou como as demais mulheres?!
- sinto que me possuindo em mim preferes
aquela que é o meu íntimo avantesma.
E, ó meu Amor, que ciume dessa estranha,
dessa rival que os dias me acompanha,
para ruína gloriosa de mim mesma!. . .
Fonte: "Velha poesia", Tipografia Baptista de Souza, 1965.
Originalmente publicado em: "Velha poesia", Tipografia Baptista de Souza, 1965.
Fonte: "Velha poesia", Tipografia Baptista de Souza, 1965.
Originalmente publicado em: "Velha poesia", Tipografia Baptista de Souza, 1965.