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Poema de Gilka Machado
Beijas-me tanto, de uma tal maneira,
boca do meu amor, linda assassina,
que não sei definir, por mais que o queira,
teu beijo que entontece e que alucina!
Busco senti-lo de alma e corpo, inteira,
e todo o senso aos lábios meus se inclina:
morre-me a boca, presa da tonteira
do teu carinho feito de morfina.
Beijas-me e de mim mesma vou fugindo,
e de ti mesmo sofro a imensa falta,
no vasto voo de um delíquio infindo...
Beijas-me e todo o corpo meu gorjeia,
e toda me suponho uma árvore alta,
cantando aos céus, de passarinhos cheia...
Fonte: "O grande amor", 1928.
Originalmente publicado em: "O grande amor", 1928.
boca do meu amor, linda assassina,
que não sei definir, por mais que o queira,
teu beijo que entontece e que alucina!
Busco senti-lo de alma e corpo, inteira,
e todo o senso aos lábios meus se inclina:
morre-me a boca, presa da tonteira
do teu carinho feito de morfina.
Beijas-me e de mim mesma vou fugindo,
e de ti mesmo sofro a imensa falta,
no vasto voo de um delíquio infindo...
Beijas-me e todo o corpo meu gorjeia,
e toda me suponho uma árvore alta,
cantando aos céus, de passarinhos cheia...
Fonte: "O grande amor", 1928.
Originalmente publicado em: "O grande amor", 1928.