A raiz

Imagem de Júlia Lopes de Almeida

Poema de Júlia Lopes de Almeida



Ensina a raiz
A ser feliz.

Humilde e boa, na terra
Se enterra.

Pertinazmente,
Num esforço sem igual,
Procura a seiva que alimente
O vegetal.

E não descansa
Nem se cansa,
Sem luz, sem ar,
A trabalhar!


*

Sua única alegria é só saber
Que é útil, que o seu trabalho,
Embora as não possa ver,
Em flores se transforma em cada galho,
Em folhas viridentes
E em frutos e em sementes.
Humilde e boa, é feliz.

Bendita seja a raiz !



Fonte: "A Árvore", Livraria Francisco Alves, 1916.
Originalmente publicado em: "A Árvore", Livraria Francisco Alves, 1916.

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