Soneto (parte III) 'Marília, chega'
Poema de Thomaz Antônio Gonzaga
Marília, chega, que Dirceu t'espera
Sobre as cândidas asas da alegria:
Chega, querido bem, trazes o dia
Em que a inveja ferina s'exaspera.
Apenas no horizonte amanhecera,
E Febo os louros raios repartia;
Já dentro d'esta aldeia se sabia
Que a causa d'este bem Marília era.
Tu já vês como salta o cordeirinho
Alegre atrás da mãe no verde prado;
Ouves cantar o alado passarinho;
Pisas a inveja, rindo-te do fado;
É mais puro que o leito o teu carinho,
É mais doce que o mel teu terno agrado.
Fonte: "Marília de Dirceu", Irmãos Garnier Editores, 1862.
Originalmente publicado em: "Marília de Dirceu", 1792.