A lição da árvore

Imagem de Júlia Lopes de Almeida

Poema de Júlia Lopes de Almeida


Vida, que a vida serves e alimentas,
Gramínea débil, melindroso arbusto,
Folhagens., franças, frondes opulentas,
Esguio caule, tronco alto e robusto;

Frutos e flores - pábulo e beleza;
Grão que dá vida e a vida perpetua,
Que enche de vida toda a Natureza
Se cai no sulco aberto da charrua;

Semente que germina, estala e engrossa,
Cresce e, tronco, frondeja e toma vulto,
- Árvore, amiga do homem, que ele possa
Fazer do teu amor um vasto culto;

Que aprenda, à luz do Sol que te redoura
A ramaria verde e o tronco bruto,
Que és Bondade na sombra abrigadora
E Generosidade no teu fruto.

Árvore! que o homem te ame sempre e veja,
Enternecido, em teu aspecto rude
Que nada, amiga, fazes que não seja
Exemplo de moral e de virtude!



Fonte: "A Árvore", Livraria Francisco Alves, 1916.
Originalmente publicado em: "A Árvore", Livraria Francisco Alves, 1916.


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