Como tu és
Angelina és tão formosa,
Como a rosa
Em fresca aurora d'estio;
És pura como a corrente,
Transparente,
Do mais cristalino rio.
És qual estrela brilhante,
Rutilante,
No Armamento azulado;
Faz da terra um paraíso
Teu sorriso,
O teu sorriso engraçado.
Tua voz harmoniosa,
Maviosa,
Iguala a do rouxinol;
São teus olhos tão formosos,
Luminosos
Como dois raios do sol.
Tu és tão meiga e inocente,
Como o ente
Na madrugada da vida;
És tão grata e prazenteira,
Qual primeira
Prova de amor não-mentida.
És leda como a menina,
Pequenina,
Pelos jardins a folgar;
És suave corno a brisa,
Que ameniza
Linda noite de luar.
És casta como o materno
Beijo terno
Na face do filho amado;
És divina como um canto,
Sacrossanto,
Por serafins modulado.
És doce como a esperança,
Que descansa
N'alma do fiel cristão;
Dos anjos a santidade,
A bondade,
Reside em teu coração.
Fonte: "Ecos da Minh'alma", Tipografia Camillo de Lellis Masson, 1866.
Originalmente publicado em: "Ecos da Minh'alma", Tipografia Camillo de Lellis Masson, 1866.