Como tu és

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Poema de Adélia Fonseca



Angelina és tão formosa,
                 Como a rosa
Em fresca aurora d'estio;
És pura como a corrente,
                 Transparente,
Do mais cristalino rio.

És qual estrela brilhante,
                 Rutilante,
No Armamento azulado;
Faz da terra um paraíso
                 Teu sorriso,
O teu sorriso engraçado.

Tua voz harmoniosa,
                 Maviosa,
Iguala a do rouxinol;
São teus olhos tão formosos,
                 Luminosos
Como dois raios do sol.

Tu és tão meiga e inocente,
                 Como o ente
Na madrugada da vida;
És tão grata e prazenteira,
                 Qual primeira
Prova de amor não-mentida.

És leda como a menina,
                 Pequenina,
Pelos jardins a folgar;
És suave corno a brisa,
                 Que ameniza
Linda noite de luar.

És casta como o materno
                 Beijo terno
Na face do filho amado;
És divina como um canto,
                 Sacrossanto,
Por serafins modulado.

És doce como a esperança,
                 Que descansa
N'alma do fiel cristão;
Dos anjos a santidade,
                 A bondade,
Reside em teu coração. 



Fonte: "Ecos da Minh'alma", Tipografia Camillo de Lellis Masson, 1866.
Originalmente publicado em: "Ecos da Minh'alma", Tipografia Camillo de Lellis Masson, 1866.

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