Os cajueiros da Guiné-Bissau
Poema de João Cabral de Melo Neto
São plantados em pelotões.
Desfilam para a autoridade
que os fez plantar; são em parada,
sem o nordestino à vontade.
Os cajueiros são anarquistas,
nenhuma lei rege seus galhos
(o de Pirangi, de Natal,
é horizontal, cresceu deitado).
Como vão hoje esses cajueiros
que do seu Nordeste irredento
Salazar recrutou para a África?
Já podem dar seu mau exemplo?
Fonte: "A educação pela pedra e depois", Editora Nova Fronteira, 1997.
Originalmente publicado em: "Agrestes", 1985.
Fonte: "A educação pela pedra e depois", Editora Nova Fronteira, 1997.
Originalmente publicado em: "Agrestes", 1985.