Letra para uma valsa romântica
Poema de Manuel Bandeira
A tarde agoniza
Ao santo acalanto
Da noturna brisa.
E eu, que também morro,
Morro sem consolo,
Se não vens, Elisa!
Ai nem te humaniza
O pranto que tanto
Nas faces desliza
Do amante que pede
Suplicantemente
Teu amor, Elisa!
Ri, desdenha, pisa!
Meu canto, no entanto,
Mais te diviniza.
Mulher diferente,
Tão indiferente,
Desumana Elisa!
Fonte: "Antologia Poética", Editora Nova Fronteira, 2001.
Originalmente publicado em: "Belo Belo", 1948.
Fonte: "Antologia Poética", Editora Nova Fronteira, 2001.
Originalmente publicado em: "Belo Belo", 1948.