Memória (II) - Murilo Mendes
Poema de Murilo Mendes
Obscuríssimos quartos
Dando para terraços em azulejos
Onde um homem de couro e seda
Faz sinais para Saturno
E onde moças inconscientes
Mostram o coração
Tatuagens
...Para que o invisível se manifeste.
Para que o relógio possa falar
E os anjos operadores
Descansem da tarefa
De mudar crueldade em ternura.
Fonte: "Poesia completa e prosa", Nova Aguilar, 1994.
Originalmente publicado em: "Mundo Enigma", Editora Globo, 1945.
