Palmeira da praia
Poema de Henriqueta Lisboa
Palmeira da praia
sacudindo as folhas
com gestos graciosos,
nervosa palmeira,
nervosa, graciosa,
nervosa, graciosa,
escondendo o rosto
com verdes rubores
ao vento que passa.
Palmeira da praia
talhe esbelto e esgalgo
procurando longe
com olhos agudos,
mostrando recortes
de céu entre os dedos,
abanando lenços
em brancos adeuses.
Palmeira entre nuvens
que nunca resolves
esse ar delicado
de espera e renúncia.
Conheço-te muito,
palmeira da praia,
teu bom gosto e instinto
de amorosa e casta.
Fonte: "Obra completa", Editora Peirópolis, 2020.
Originalmente publicado em: "A face lívida", 1945.
Fonte: "Obra completa", Editora Peirópolis, 2020.
Originalmente publicado em: "A face lívida", 1945.